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Diabetes cresce entre crianças e adolescentes

Doença está relacionada a sedentarismo, obesidade e maus hábitos alimentares

Geral
Por Kamilla Póvoa
4 de julho de 2022 - 0h04
De olho no prato | Alimentação equilibrada e nos horários corretos ajuda a manter doença sob controle

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), aproximadamente 300 milhões de pessoas no mundo são portadoras de diabetes. No Brasil, 10 milhões de habitantes convivem com a doença e, destes, cerca de 10% são crianças e adolescentes.

A Federação Internacional de Diabetes (IDF), entidade vinculada à OMS, afirma que o diabetes tipo 1 cresce cerca de 3% ao ano em crianças na fase pré-escolar. Já o segundo tipo da doença (tipo 2), tido no passado como uma doença de adultos, atualmente cresce de maneira alarmante entre crianças e adolescentes.

De acordo com a endocrinologista Patrícia Peixoto, são consideradas nesta conta o diabetes que afeta pessoas com até 20 anos de idade. O diabetes é uma doença em que o corpo não é capaz de produzir insulina ou a insulina é produzida, mas não consegue agir corretamente.

“Em todas as duas situações, os açúcares provenientes da alimentação não são carreados para dentro das células para produção de energia e, por isso, eles se elevam no sangue. Tanto os altos níveis de glicose no sangue, como a falta dela dentro das células é que vai gerar os sinais e sintomas do diabetes”, explica a endocrinologista.

Dra. Patricia Peixoto

Entre as principais causas do diabetes estão o aumento do sedentarismo, da obesidade e de maus hábitos alimentares. A classificação da doença depende da causa, que pode ser genética, biológica ou ambiental. Existem dois tipos principais da doença: o tipo 1, decorrente da destruição das células betas pancreáticas, ocasiona deficiência completa de insulina. Ela pode ser autoimune ou não ter causa definida. “No diabetes tipo 1, os sintomas são excesso de sede e urina, perda de peso, aumento de apetite, visão turva, dores abdominais, entre outros”, explica.

“Já o diabetes tipo 2 pode ser assintomático. Por isso é importante que se verifique periodicamente a glicemia em crianças e adolescentes com história familiar de diabetes, que façam uso de medicamentos que elevam a glicose, como glicocorticóides, ou que tenham sobrepeso/obesidade”, completa Patrícia Peixoto.

Mas, a doença também traz perigos para o corpo. “Com o alto nível de glicose, o consumo muscular, as alterações no metabolismo dos açúcares e lipídios decorrentes causam complicações em diferentes órgãos, que classificamos como micro e macrovasculares. Vale destacar que as complicações cardiovasculares costumam ser mais agressivas nessa faixa etária”, afirma a médica.

Tratamento

O diabetes é uma doença crônica, que não tem cura. Mas, com tratamento adequado e contínuo, será uma doença controlada e não terá complicações. Além da insulina, que deve ser aplicada diariamente, o tratamento requer dieta adequada, atividades físicas regulares, apoio psicológico e social.
Crianças e adolescentes com diabetes tipo 1 precisam receber doses diárias de insulina, de acordo com cada caso. Alimentação regrada e um estilo de vida saudável completam o pacote. O diagnóstico, segundo a endocrinologista Patrícia Peixoto, passa pelos exames laboratoriais.

No caso do diabetes tipo 2, uma alimentação balanceada e adequada, com refeições a cada três horas, é suficiente para que se viva com qualidade e sem preocupações. Aqui, o estilo de vida também é fundamental e há medicamentos que podem ser prescritos. Se não tratado adequadamente, o diabetes pode desenvolver problemas nos rins, perda de visão e até a amputação de membros.