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Cepop sem motivos para comemorar

A maior infraestrutura para eventos culturais do município de Campos completa 10 anos dia 28 em estado precário

Campos
Por Clícia Cruz
13 de março de 2022 - 0h01
O Centro de Eventos Populares Osório Peixoto – Cepop (Foto: Silvana Rust)

Ele faz 10 anos no próximo dia 28, mas não está arrumado para a comemoração. O Centro de Eventos Populares Osório Peixoto (Cepop), inaugurado em 2012 e que teve o custo aproximado de R$ 100 milhões, completa sua primeira década de existência sem glamour. Com aparência de obra antiga e sem condições de uso, o espaço, criado para ser o palco do tradicional carnaval campista, está de portões fechados, teve os fios elétricos furtados e necessita de reestruturação da parte hidráulica. A Prefeitura afirma que o projeto de restauração foi concluído, mas ainda não há data para a licitação.

(Foto: Silvana Rust)

O palco, que quando foi inaugurado era a maior estrutura fixa do tipo na América Latina, está com várias placas metálicas soltas e apresenta oxidação em algumas partes. O palco tem 30 metros de diâmetro e no térreo, na época da construção, foi feita a infraestrutura completa para suporte aos artistas, sala técnica, banheiros, cozinha, copa e camarins.

A Prefeitura informou que a primeira invasão ao equipamento cultural, com consequente furto de fiação elétrica, aconteceu no ano de 2020. Outras violações ocorreram no início do ano seguinte.

“Nossa equipe recebeu informações de um profissional que faz a vigilância do Cepop, dando conta de que houve um furto no dia 26 de outubro de 2020 e que, após comunicar aos seus superiores hierárquicos, nenhuma providência foi tomada. Nos dias 7 e 8 de janeiro houve novos furtos, segundo o vigia. A GCM foi acionada e fez um registro de ocorrência administrativo. Na ocasião, os meliantes deixaram para trás sandálias, ferramentas e uma bicicleta, que foi levada, no dia 12 seguinte, para ser acautelada na 134ª Delegacia de Polícia (DP), onde foi lavrado o boletim de ocorrência sob o número 134-00211/2021”, detalhou Auxiliadora Freitas.

(Foto: Silvana Rust)

Um gigante adormecido

O Cepop tem espaço para receber 40 mil pessoas, sendo 15 mil sentadas nos dois lances de arquibancadas, além dos camarotes.

O local tem 549 vagas de estacionamento, situado por trás de um dos blocos de camarotes e das arquibancadas do lado Sul. No período da inauguração, a Prefeitura divulgou que o local contava com uma central de controle operacional, com 20 câmeras de alta definição, com visão digital em 360 graus em todas as dependências internas e externas do Cepop.

Obra será licitada

Por meio de nota, a Prefeitura de Campos informou que o projeto de reforma do Cepop está concluído e sendo encaminhado para a licitação, que ainda não tem data para acontecer. De acordo com o Município, o projeto precisou ser refeito à medida em que os técnicos da secretaria municipal de Obras e Infraestrutura avançaram nos estudos e detectaram danos ainda piores do que os estimados.

“Reformado, o Cepop, depois de anos de abandono, será devolvido para a cidade e seus eventos populares, com segurança e no nível de qualidade que estes e o nosso Carnaval são merecedores. Sobre a realização do Carnaval, temos, nos próximos dias, uma reunião agendada com o prefeito Wladimir Garotinho e a comissão de Carnaval da FCJOL para definições”, adiantou a presidente da Fundação Cultural.

(Foto: Silvana Rust)

“Queremos manter viva nossa tradição de termos o melhor Carnaval do interior do Estado do Rio. E ele não pode recomeçar de qualquer forma. Por isso, será o Cepop reerguido com a deferência e o valor que tem para a nossa cultura. Durante todo o ano de 2021, nos reunimos e orientamos o segmento do Carnaval e suas representatividades para trilhamos um caminho para o retorno da festa com eficiência e eficácia. Inclusive, foi publicado, no ano passado, um edital de chamamento para o Carnaval, com suas normas e diretrizes de organização pautadas na escuta do segmento. Temos questões legais e documentais para as quais todos os envolvidos devem estar organizados de forma a termos o setor público fomentando as artes e culturas. Isto precisa ser observado e efetivado pelas representações carnavalescas”, disse Auxiliadora.