A fibromialgia é uma doença caracterizada pela dor instalada nas cinco zonas do corpo e, diferente de outras doenças, não há exames técnicos ou de imagem para diagnóstico. Depende exclusivamente de um exame clínico, feito pelo médico reumatologista com base em detalhes fornecidos pelo paciente. A doença atinge principalmente as mulheres. Embora nem todas as causas sejam compreensíveis, o estrogênio, hormônio feminino, é considerado um vilão que pode desencadear a enfermidade.
O médico Dr. Guilherme Escobar avalia a fibromialgia como uma doença muito complexa. “Não a entendemos completamente. Até pouco tempo atrás, dizíamos que ela era um grande mistério da Medicina. Hoje conseguimos entendê-la um pouco melhor. Ela gera uma dor difusa, sem explicação de causa prévia, como uma lesão, por exemplo. Quando temos uma dor no joelho causada por lesão é mais fácil explicar, mas uma dor sem lesão, sendo muito mais neurológica, é difícil de explicar”, avalia.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a fibromialgia afeta cerca de 5% da população mundial e 90% dos pacientes acometidos são mulheres. Ainda segundo o órgão, os sintomas começam a aparecer em mulheres com idades entre 20 e 55 anos.
A mulher quando entra na menopausa também aumenta nela as chances de desenvolver fibromialgia, segundo o médico. “Assim como as mudanças hormonais na mulher menopausada desencadeiam outras doenças, ela também pode adquirir a fibromialgia, mas não é uma regra”, afirma.
Além do relato dos pacientes, o médico utiliza outros critérios para fechar o diagnóstico. “Observamos que muitos pacientes com fibromialgia apresentam sensação de fadiga importante, um estado de inapetência e indisposição sem explicação. Ou seja, qualquer coisa deixa o paciente cansado. Outros fatores são a perda de memória, confusão mental, dificuldade de raciocinar e até distúrbios emocionais, como ansiedade ou depressão”, explica Dr. Escobar.
Apesar de não ter relação direta com a cura, uma boa alimentação é prescrita aos pacientes com fibromialgia. Dr. Escobar defende a dieta conhecida como “Dieta do Mediterrâneo”, rica em vegetais, grãos, legumes e oleaginosas e pobre em carne vermelha e derivados de animais, como os laticínios, por exemplo. A dieta é considerada anti-inflamatória.
A fibromialgia pode tornar o paciente incapaz de realizar pequenas atividades quando a doença não está em controle. “A pessoa relata prostração. Muitas não conseguem levantar da cama por várias horas, trabalhar e realizar pequenas atividades. Isso gera, muitas vezes, conflitos no lar e no trabalho. Em alguns aspectos, ela é como a depressão em que as pessoas taxam como frescura ou ‘falta de Deus’. Mas não é bem assim. É preciso que a família tenha sensibilidade e acredite na queixa do paciente. O paciente também precisa acreditar. Olhar para si com olhos de acolhimento e entender que precisa buscar ajuda médica e não ignorar ou negar a dor”, alerta o médico.