Julgamento de Nolita na última terça-feira (Foto.: JTV)
Francio da Conceição Batista, o Nolita, de 34 anos, considerado pela polícia como um dos criminosos mais violentos de Campos, foi condenado a dez anos e oito meses de prisão, na noite de terça-feira (28), pelo homicídio de Wanderson dos Santos Ribeiro, em 12 de outubro de 2009, ocorrido rua Nova Esperança, no bairro Vila Industrial, em Guarus. O julgamento aconteceu no Fórum Maria Tereza Gusmão de Andrade, em Campos e durou quase oito horas. Nolita, que foi preso em março deste ano, também era julgado pela tentativa de homicídio de Monsserrath Marcelino, esposa de Wanderson. No entanto ele foi absolvido por falta de provas.
Pelo mesmo crime também foram julgados Gilberto Marcos da Cruz Rosa e Romualdo da Silva Conceição. Gilberto foi condenado a 14 anos e quatro meses de prisão pelo homicídio e inocentado da tentativa de homicídio, enquanto Romualdo foi absolvido dos dois crimes. Um quarto suspeito foi investigado pelos crimes, mas não chegou a ser pronunciado. Segundo os autos do processo, Wanderson teria sido executado por ter testemunhado outro homicídio.
Em depoimento ao juízo, Monsserrath disse que estava junto com seu marido quando ela parou para comprar um sorvete. Nesse momento, pelo menos cinco criminosos armados se aproximaram do marido dela e começaram a atirar. Um dos tiros atingiu a mulher de raspão. Wanderson morreu na hora. De acordo com o processo, Wanderson foi morto por “queima de arquivo”, já que teria presenciado a morte de um homem identificado como Sebastião.
Uma das testemunhas de acusação, um policial militar que esteve no local do homicídio, disse em depoimento que Nolita e Gilberto eram atuantes no tráfico da Vila Industrial, na época do crime. Já a irmã da vítima, Claudinéia dos Santos Ribeiro, informou que não sabia quem tinha cometido o crime, mas que, na época, teria ouvido falar que mandantes e executores seriam integrantes da “turma do Nolita”.
A defesa dos réus chegou a recorrer ao Tribunal de Justiça pedindo que eles não fossem a júri popular, mas os desembargadores negaram o pedido.
Tráfico de drogas – Quando foi preso em março, em 8 de março deste ano, durante a Operação Caixa de Pandora, Nolita era suspeito de chefiar o tráfico de drogas do Parque Santa Rosa, em Guarus e, contra ele, havia três mandados de prisão em aberto. Ele foi preso na casa onde morava, considerada de luxo pela polícia. No local, foram apreendidas uma arma e farta munição.
Nolita é suspeito também de crimes de homicídio, furto, associação ao tráfico, coação no curso do processo, extorsão, tráfico de drogas, furto de veículos, corrupção de menores, tortura e até estupro. Ele era temido por outros bandidos e, segundo a polícia, costumava não cumprir acordos feitos entre facções. Em decorrência disso, era tido pelos policiais como independente, destemido e líder de uma suposta terceira facção criminosa implantada por ele em Campos e que brigava com outras duas principais da cidade, o que gerava constantes guerras pelo domínio do tráfico de drogas.
Segundo a polícia, ele passou a fazer do Parque Santa Rosa, em Guarus seu reduto. De lá e também de longe, liderava seus subordinados à práticas criminosas.
Com a prisão de Nolita, a polícia afirma que o número de homicídios diminuiu.