Linda Mara Silva (PTC), Miguelito (PSL), Ozéias de Azeredo (PSDB) e Thiago Virgílio (PTC) foram empossados, na tarde desta quinta-feira (8), pelo presidente da Câmara Municipal de Campos, Marcão Gomes (Rede), atendendo a uma determinação do Tribunal Regional Eleitoral (TRE). Com isso, a partir da próxima sessão parlamentar, marcada para terça-feira (13), o Legislativo terá nova composição. Os quatro vereadores já foram condenados pela primeira instância em Ações de Investigação Judicial Eleitoral (Aije), que correm na 76ª Zona Eleitoral de Campos (ZE), e sãos réus em ações penais da 100ª ZE por envolvimento no esquema investigado pela Operação Chequinho por uso do Cheque Cidadão para compra votos nas eleições municipais de 2016.
A rápida cerimônia aconteceu no gabinete do presidente da Câmara, mas o plenário estava lotado por correligionários dos quatro. Atendendo a um pedido dos novos vereadores, Marcão foi até o plenário e explicou a situação para o público: “Linda Mara, Thiago Virgílio, Miguelito e Ozéias já estão oficialmente empossados e a partir de amanhã (9), já poderão ocupar seus respectivos gabinetes. Desejo a todos boa sorte e que cumpram da melhor forma possível seus mandatos em prol das necessidades da população”, disse o presidente da Casa.
Ainda no plenário, logo após o pronunciamento de Marcão, os correligionários entoavam gritos de guerra como “nova eleição virá”, o pitbull voltou (em referência a Thiago Virgílio), e chamavam pelos nomes dos quatro novos vereadores.
Prisões da Chequinho — O vereador Kellinho (PR), Linda Mara, Miguelito, Ozéias e Thiago Virgílio chegaram a ser presos, alguns deles mais de uma vez, por envolvimento no esquema de compra de votos. Ozéias foi o primeiro vereador a ser detido, no dia 29 de agosto de 2016. Ele foi flagrado por fiscais do TRE em uma casa no distrito Travessão com uma mochila contendo R$ 27 mil reais em espécie e duas agendas com registros de necessidades de eleitores, que iam de cestas básicas a pagamento de INSS, passando por botijão de gás, material de construção e até bolo de casamento. Os pedidos eram marcados como “atendido” ou “entregue”. Ele foi liberado no mesmo dia, após pagamento de fiança.
No dia 19 de outubro, Ozeias e Miguelito foram presos temporariamente na Operação Chequinho, da Polícia Federal (PF). Eles tiveram suas prisões prorrogadas e, depois, convertidas em preventiva, permanecendo no Presídio Carlos Tinoco da Fonseca, em Campos, até obterem liminar no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), 10 dias depois.
Linda Mara teve prisão temporária decretada no dia 26 de outubro, também no decorrer da Operação Chequinho. Após cinco dias foragida, ela foi presa no Rio de Janeiro, graças a uma denúncia anônima. Deixou o Presídio Feminino Nilza da Silva Santos no dia 4 de novembro. No dia 26 de abril, Linda Mara teve prisão domiciliar decretada pelo juiz Ralph Manhães, da 100ª Zona Eleitoral. O magistrado, porém, revogou a decisão no dia 12 de maio por falta de tornozeleiras eletrônicas no órgão responsável.
Já o vereador Kellinho foi preso pela PF no dia 26 de outubro, após se apresentar na delegacia junto de sua advogada. Ele deixou o Presídio Carlos Tinoco da Fonseca no mesmo dia em que Linda Mara foi liberada.
Em 27 de outubro, Thiago Virgílio foi afastado de suas funções na Câmara de Campos e impedido de entrar nela ou na Prefeitura. Dois dias depois, foi preso temporariamente pela PF. Acabou liberado no dia 2 de novembro.
Miguelito e Ozéias voltaram a ser detidos pela PF no dia 7 de abril, após o Ministério Público Eleitoral (MPE) pedir a prisão domiciliar dos dois os vereadores cassados, da ex-secretária de Desenvolvimento Humano e Social de Campos, Ana Alice Ribeiro, e da ex-coordenadora do Programa Cheque Cidadão, Gisele Koch. Na mesma ocasião, o ex-subsecretário de Governo de Campos, Alcimar Ferreira Custódio, braço direito de Garotinho (PR) na pasta durante o governo Rosinha, foi preso temporariamente.