×
Copyright 2024 - Desenvolvido por Hesea Tecnologia e Sistemas

Música e educação sob a batuta do jovem maestro da Orquestrando a Vida

Hodyllon Martins começou a se interessar pela música ainda aos 9 anos após convite de amigo

Entretenimento
Por Redação
25 de junho de 2018 - 16h35

Hodyllon Martins  (Foto: divulgação)

Para Hodyllon Martins, educação e música significam “tudo” em sua vida. Foi graças à educação e à musica que ele viu sua trajetória de menino tomar um rumo inesperado. Com nove anos, foi convidado por um amigo de infância que tocava percussão  no antigo Festival de Música. Ele se encantou pela orquestra e pelo contrabaixo acústico, instrumento que tinha quase o dobro de seu tamanho. Pediu à mãe para aprender a tocar, mas o destino lhe reservava outra missão: o violino.

Aos 22 anos, Hodyllon relembra sua entrada para a organização não governamental Orquestrando a Vida:  “Eu era muito pequeno para tocar o contrabaixo, minha mão não alcançava. Comecei no violino contra a minha vontade.  Achava chato, mas insisti. Quando dei por mim, estava apaixonado pelo instrumento. Graças ao violino, passei a me sustentar financeiramente. Eu devo tudo à ong que me apontou um rumo na vida”, conta.

Além de violinista, Hodyllon Martins passou a trabalhar na produção de eventos. Recentemente, assumiu a coordenação dos núcleos da ong que estão sendo implantados em bairros e distritos de Campos. “Há muitas dificuldades e desafios, mas considero essa tarefa um presente. Queremos espalhar núcleos de ensino de música pela cidade. Queremos massificar o que temos de melhor. Contamos com apoio de vários colegas”.

Nos últimos doze anos, Hodyllon diz que na ong aprendeu a orquestrar a própria vida. “Aqui aprendemos não só música.  Quando aprendo a cuidar da minha vida, isso influencia na vida do próximo, seja amigo, vizinho ou alguém da família. O projeto social me ensinou a ser cidadão, viver em comunidade, ter comunhão, união. Numa orquestra temos que ajudar uns aos outros. Ninguém pode ser melhor que o outro. Somos cobrados com disciplina,  escola e estudos em dia”, comenta.

(Foto: divulgação)

Antes da Orquestrando a Vida, passava muito tempo brincando na rua, jogando games, vendo televisão. “Eu tinha companhias que não contribuíam com o meu crescimento individual. Conheci pessoas que optaram pelo tráfico e consumo de drogas. Eu tenho uma “arma na mão” que é o violino. Já outros jovens,  infelizmente, se armaram com o crime”, lamenta.

Em tão pouco tempo, as vidas de Hodyllon Martins e de dezenas de meninas e meninos foram modificadas para melhor. “Eu sou o único músico da família. Nós da ong já tocamos em Nova York, Bolívia, Portugal. Acompanhamos  vários artistas renomados em Campos e no Teatro Municipal do Rio de Janeiro.  Para mim e minha família, é uma alegria imensa poder desfrutar disso.  É importante receber, mas também compartilhar a cultura”, opina.

Entre os momentos mais marcantes do músico e também  maestro da Orquestrando a Vida, foi tocar junto com grandes nomes internacionais da música erudita. “Os violinistas Itzhak Perlman e Sarah Chang, o violoncelista Yo Yo Ma, além do pianista Lang Lang são alguns dos mais importantes instrumentistas do mundo. É um privilégio para nós podermos nos aproximar de artistas tão influentes”, avalia.

Com tanta violência, corrupção, intolerância, é possível combater tudo isso com educação e música? Hodyllon Martins acredita que sim. “As pessoas precisam investir em educação, cultura e projetos sociais. É preciso investir em seres humanos. Quem tem mais dinheiro, pode ajudar. Quem não tem, também pode. A semente do bem e da tolerância é plantada com música e educação. Isso é tudo”, conclui.