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Jet Ski: prazeres e deveres

O veículo aquático é utilizado para lazer e esporte por um número de pessoas cada vez maior em Campos

J3 Esporte
Por Redação
2 de março de 2018 - 19h17
banhistas fazem a "festa" com o veículo (Foto: Silvana Rust)

banhistas fazem a “festa” com o veículo (Foto: Silvana Rust)

Verão é sinônimo de calor, praia, lagoa, diversão e também prática de esportes. Aos campistas, bastam 30 minutos de “viagem” para se depararem com o cenário ideal na época mais quente do ano. É na Lagoa de Cima que as motos aquáticas — popularmente conhecidas como jet skis — agitam as águas calmas, e se misturam entre os barquinhos coloridos que completam a paisagem do local.

Os jet skis são utilizados como forma de recreação pela maioria das pessoas. Devido ao custo-benefício, a procura por este tipo de veículo tem aumentado a cada ano. O gerente comercial André Oliveira, de 37 anos, espera ansioso pelo fim de semana para pilotar seu “jet” – como ele chama a moto. “É uma sensação inexplicável de prazer e diversão. Eu sempre fui apaixonado por motos, até que um dia um amigo me convidou para andar em um modelo aquático no Rio Paraíba do Sul. Foi amor à primeira acelerada. A adrenalina foi a mil. E, no ano seguinte, eu estava pilotando o meu próprio jet ski”.

Para aproveitar melhor o que o veículo tem a oferecer, segundo o revendedor de motos aquáticas, Pedro Luiz Mattos, é preciso entender as características, escolher o modelo adequado e seguir ainda algumas dicas importantes para tornar o passeio seguro: “Cada fabricante oferece o produto com as devidas particularidades. Não existe jet ski melhor ou pior. Depende unicamente da necessidade do comprador. A atenção maior tem que ser na escolha do tamanho do casco, para se ter mais estabilidade; e na motorização, que pode ser útil nas longas travessias e em mar aberto”, ressalta o revendedor.

Piloto de jet skis há 30 anos, Ronaldo Ferreira, de 53, diz que é preciso estar com a saúde em dia para guiar o veículo. “Quem pensa que pilotar um jet é moleza, está muito enganado. Há uma geração aí que acha quem pilota moto urbana, consegue conduzir um jet. Não é bem assim! O piloto tem que estar com a musculatura e o fôlego muito bem treinados para conseguir se segurar nas curvas, sem que o corpo seja arremessado longe, ou até mesmo, provocar um acidente”, destaca.

Fiscalização fica por conta da Marinha (Foto: Silvana Rust)

Fiscalização fica por conta da Marinha (Foto: Silvana Rust)

Fiscalização 

A Marinha determina que embarcações a motor mantenham distância de, no mínimo, 200 metros da arrebentação. Porém, quem frequenta a Lagoa de Cima sabe que essa determinação não é cumprida. “É Deus quem guarda essas pessoas que se refrescam aqui na Lagoa, porque essas motos aquáticas passam bem perto de jovens , crianças e idosos. Não há uma faixa limítrofe, não há sinalização, nada”, afirma o proprietário de um quiosque que preferiu ter a identidade preservada.

Para a dona de casa Andreia Gomes, a Capitania dos Portos ou a Prefeitura de Campos está esperando acontecer um acidente para começar a fiscalizar. “Essas máquinas se tornam armas nas mãos de algumas pessoas que pilotam aqui na Lagoa. Eles passam a mil e bem perto de quem está se banhando. É só observar: normalmente, essas pessoas estão reunidas com os amigos tomando cerveja e pegam o jet para dar uma volta. E, mais grave ainda, muitas das vezes, transportam crianças. Logo teremos um acidente provocado por um veículo desses”, critica.

Diversão e lazer no rio Paraíba do Sul (Foto: Silvana Rust)

Diversão e lazer no rio Paraíba do Sul (Foto: Silvana Rust)

Órgãos responsáveis

O Ministério da Marinha tem um papel essencial na fiscalização. O art. 39 da Lei 9.537/97 atribui o importante papel de autoridade marítima a esse Ministério exercida pelo capitão dos portos, delegados ou agentes. Entre outras atribuições, segundo o art. 4º da Lei 9.537/97, cabe-lhe elaborar normas complementares, e assegurar a salvaguarda da vida humana e a segurança da navegação no mar aberto e em hidrovias interiores; a prevenção da poluição ambiental por parte de embarcações, plataformas ou suas instalações de apoio.

Sem poder contar com uma fiscalização em toda parte ao mesmo tempo, é indispensável a participação popular. O cidadão que se deparar com uma irregularidade (por exemplo, jet ski transitando a menos de 200 metros da arrebentação) pode filmar a ocorrência com o celular, tomando o nome e endereço de duas testemunhas. Isto feito, deve encaminhar o material para a Capitania dos Portos com pedido de providências.

Documentação para compra e venda de moto aquática

Para a compra de jet ski usado, é importante verificar se o recibo de compra e venda está aberto e em nome do atual proprietário. Além disso, averiguar se a embarcação está quitada. A Capitania dos Portos de cada estado tem o procedimento específico para transferência de propriedade.

Dicas de uso da moto aquática Para aproveitar melhor o passeio com a moto aquática, é importante tomar alguns cuidados. O principal deles é realizar viagens apenas com pessoas habilitadas na categoria de motonauta.

Embora alguns considerem o jet ski como um brinquedo, o uso é regulamentado pela Capitania dos Portos, que exige uma habilitação específica. O uso de colete salva-vidas é outra precaução que não deve ser deixada de lado, mesmo que os passageiros ou o condutor saibam nadar, esta prática é exigência da Marinha do Brasil.

Existem também os equipamentos recomendados que, embora não tenham o uso obrigatório, aumentam a segurança do praticante. São eles: roupa e botas de neoprene, óculos de competição, luvas, protetor de coluna vertebral e protetor de pernas.

Para conduzir moto aquática é necessário habilitação emitida pela Marinha (Foto: reprodução)

Para conduzir moto aquática é necessário habilitação emitida pela Marinha (Foto: reprodução)

Quem pode pilotar?

Para pilotar um jet ski, é preciso ter 18 anos ou mais; frequentar pelo menos quatro horas de aula; e realizar uma prova escrita até conseguir a concessão da carteira de habilitação de arrais amador na Capitania dos Portos.

Além disso, é obrigatório registrar o modelo na Marinha e observar o cumprimento de certas normas, como não pilotar a menos de 200 metros da arrebentação; usar chaves de segurança atadas ao pulso ou ao colete salva-vidas, de forma que, em caso de queda da embarcação em movimento, o motor seja desligado automaticamente.