O compartilhamento de vídeos e fotografias pelas redes sociais pode ter contribuído para aumentar o clima de tensão. Algumas pessoas postaram em suas páginas pessoais alertas sobre tiroteios e riscos na cidade. A servidora pública Jonilda Silva contou que desviou de várias ruas, enfrentou engarrafamento para cruzar a cidade, do bairro Lagomar até a Imbetiba. “O clima era de guerra. Corri o máximo para chegar à casa e me proteger”, disse.
A locutora Michele Domingues relatou que as notícias que circulam em Macaé por mídias digitais, desde o início do confronto de traficantes e policiais na cidade, são alarmantes. O comércio precisou fechar as portas, pois a sensação de insegurança é enorme. Em locais como o calçadão da rua Rui Barbosa, a mais importante da cidade, carros de polícia foram identificados perseguindo suspeitos. Um ônibus foi incendiado no bairro Aroeira por traficantes, o que causou mais pânico entre a população. Ainda não se tem notícias de presos ou feridos.
O carro do BOPE (Batalhão de Operações Policiais Especiais) foi acionado para auxiliar outras viaturas policiais. Até às 17 horas, não havia um balanço oficial do 32º Batalhão de Polícia Militar de Macaé, mas foi prometido que até o fim do dia, um relatório será divulgado sobre as operações desta terça-feira. Apesar de ventilar rumores de que algumas pessoas teriam sido mortas, a informação não foi confirmada pelo comando da PM, a não ser a morte do policial identificado pelo nome de José René Barros, de 35 anos, baleado na cabeça por traficantes no Lagomar. A notícia de sua morte causou bastante comoção entre os colegas de trabalho.
O tráfico de drogas em Macaé é considerado um dos mais atuantes no estado do Rio de Janeiro com ramificações em diversos bairros e municípios vizinhos. A Polícia Militar tem enfrentado resistências dos bandidos, e combatido sistematicamente a ação dos criminosos. Nos últimos anos, moradores de Macaé já sofreram com situações semelhantes envolvendo traficantes e violências como nesta terça-feira.