

A campanha Novembro Azul, tradicionalmente voltada à saúde do homem e ao combate ao câncer de próstata, também abrange outras questões médicas. Entre elas, as doenças da retina, que avançam de forma silenciosa e podem comprometer a visão de maneira irreversível. O oftalmologista Rogério Costa, que atua no OftalmoPrime – Hospital da Visão, no Beda Prime, em Campos dos Goytacazes, explica que o mês de conscientização é uma oportunidade para reforçar a importância da prevenção ocular.
“O Novembro Azul é também uma oportunidade para lembrar que doenças oculares graves, como as da retina, podem, de maneira silenciosa, comprometer a visão, afetando diretamente a qualidade de vida masculina. Entre as doenças mais comuns estão a retinopatia diabética, oclusões (tromboses) vasculares e a degeneração macular relacionada à idade (DMRI). Homens com diabetes, hipertensão arterial sistêmica e acima dos 75 anos estão ainda mais suscetíveis ao desenvolvimento dessas enfermidades”, explica o especialista.


A retinopatia diabética é uma das principais manifestações oculares do diabetes. “O exame do fundo do olho é de suma importância, pois não existem sinais ou sintomas nas fases iniciais da doença, justamente o período mais desejado para a detecção da retinopatia diabética. Quando a doença avança, podem surgir queixas como visão borrada, manchas escuras ou apagões no campo visual.”
Já a degeneração macular relacionada à idade também merece atenção, sobretudo após os 55 anos. Segundo Rogério Costa, a DMRI pode ser observada em aproximadamente 1% da população com 55 anos, com aumento significativo a partir dos 75 anos, margeando 30%, sendo uma das principais causas de perda irreversível da visão na terceira idade. “Nesse cenário, o exame de fundo de olho permanece como ferramenta indispensável para o diagnóstico precoce das doenças da retina. O exame permite ao oftalmologista a visibilização direta da retina e seus vasos, possibilitando detectar precocemente doenças como retinopatia diabética, DMRI e oclusões vasculares, por meio de um procedimento simples, rápido e inócuo”, destaca.
Avanços tecnológicos
Segundo o oftalmologista, muitas pessoas só procuram atendimento quando percebem perda significativa da visão, o que tende a atrasar o tratamento. “Isso acontece porque a perda da visão pode ser gradual e indolor em parcela considerável das doenças do olho. Em alguns casos, a demora ocorre pela ‘compensação’ do olho contralateral não afetado”, explica.
Os avanços tecnológicos também desempenham papel fundamental na proteção da visão. “Nos últimos anos, tivemos progressos que mudaram nossa maneira de ver e tratar doenças da retina. No diagnóstico, destaco a tomografia de coerência óptica espectral, que permite avaliação da retina a níveis micrométricos. No tratamento, a introdução dos antiangiogênicos revolucionou o cuidado das doenças da retina, especialmente a DMRI e a retinopatia diabética”, afirma.


Além do acompanhamento oftalmológico, o controle rigoroso de doenças sistêmicas é decisivo para evitar danos à visão.
O médico orienta que sintomas silenciosos precisam ser observados, como embaçamento duradouro da visão central, distorção de linhas ou objetos e aparecimento de manchas ou falhas no campo de visão, pois podem indicar início de doenças retinianas. “Após a verificação da visão e do grau dos óculos, o oftalmologista avaliará se exames complementares são necessários. O mapeamento de retina bem indicado é uma arma poderosa, propiciando diagnóstico precoce e rápido de doenças. A visão é um dos sentidos mais preciosos, e prevenir sua perda é sempre preferível às tentativas de recuperação”, conclui.