

Só nesta segunda-feira (10) soube da morte de Sônia Terra Ferreira, ocorrida ontem, dia 09, mesma data e mês em que nasceu seu pai, o ex-deputado Alair Ferreira, cujo centenário ocorreu em 2020.
No noticiário, vejo de forma predominante sua valiosa atuação como presidente da SOS Atafona – associação que presidiu com determinação e perseverança nas últimas décadas. Um trabalho de todos conhecido e sobre o qual nada há a acrescentar.
Então me reporto a tempos mais distantes, quando ainda criança/adolescente conheci Soninha nos escritórios da Cobraulica (Companhia Brasileira de Obras Hidráulicas), da Av. Graça Aranha, Centro do Rio.
Não tenho dados precisos. Meu pai estava sempre no Rio para cuidar de assuntos do jornal, e com frequência ia ao escritório de Alair, emendando com almoço no Ginástico Português. Eu insistia para ir – ‘enchia’ a paciência – e, dependendo de como estava no colégio, eventualmente conseguia. Na medida em que virava ‘rapazinho’, as idas foram aumentando.
Vejo que me estendi muito para chegar até Soninha. Mas é um lado pessoal e fui divagando…
Nossa diferença de idade gira em torno de 20 anos. Soninha era uma jovem senhora e, como seu pai, ‘perdia’ tempo comigo. Sempre muito bem vestida, braços e dedos ‘carregados’ de joias, era a simpatia em pessoa. Uma simplicidade, digamos assim, muito dela. O sorriso, a atenção, o carinho… conversava como se eu fosse ‘gente grande’.
Morava, então, em Copacabana, depois Barra – acho, não tenho certeza – e no Rio frequentava as festas mais prestigiadas e os lugares mais seletos.
Mais à frente, penso que ela estava sempre por aqui. Nos anos 70/80 Campos realizava festas imponentes. Saldanha da Gama, Tênis, Jóquei, etc. Eventos sociais promovidos por colunistas, como a ‘Noite Vip’, de Nicolau Louzada, black-tie; outra de Carlos Damasceno, e Soninha como figura de destaque e, sem exagero, a mais aguardada pelos fotógrafos e anfitriões.
Enfim, festas elegantes, bem diferente da maioria do que se vê hoje, com shows e mais shows que tanto faz que ocorram na beira do mar ou em ambiente fechado, é a mesma coisa.
Curioso, mas é como mais me lembro de Soninha. Sofisticada, elegante, atenciosa, sorriso aberto e, ao mesmo tempo, de simplicidade nata.
Falávamos ao telefone alguma vezes. A última, há uns 3 meses, liguei buscando uma informação. Ela, com a voz mansa e calma de sempre, atenciosa como sempre… estendemos um pouco na conversa.
Disse-me como andavam as coisas na Associação e que estava morando em Atafona, com uma filha (acho), fora da área de risco. Ficamos de nos encontrar (queria me inteirar sobre o movimento SOS), mas não deu tempo.
Fica a saudade de alguém que sempre admirei.
Que tenha ido em paz.