“O Brasil é um péssimo parceiro comercial e Bolsonaro é um homem honesto” (Donald Trump)
“O Brasil é um país soberano, com instituições independentes que não aceitará ser tutelado por ninguém.” (Lula da Silva)
“O Brasil nos trata muito mal durante anos. Por isso é um dos piores países do mundo” (Donald Trump)
“O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tem relação com Bolsonaro, não com o Brasil” (Lula da Silva)
Como não existe ‘dono da verdade’, posto que o verdadeiro, exatamente por ser a verdade, traz lacunas, pontas soltas, omissões, erros, contradições, etc., enquanto o falso, por ser falso, é uma ‘história’ montada, “perfeita”, sem frestas, sem dúvidas, reta e direta – não dá cravar o que realmente significou os 20s da fala de Trump na Assembleia da ONU semana passada: “Ele gostou de mim, eu gostei dele. Tivemos uma excelente química… uma boa conversa e combinamos de nos encontrar na semana que vem”.
Sinceridade, falsidade, pura mentira ou simplesmente qualquer coisa retirada de seu farto arsenal de fraudes? Afinal, ele sempre diz o que quer porque sabe, certo ou errado, não dá em nada.
Salvo por erro de interpretação de episódio subjetivo, Celso Amorim e Lewandowski pareciam em êxtase ao se apressarem em alertar que o presidente Trump estava falando sobre o Brasil. Afinal, Lula não domina o Inglês – talvez um pouco do Português.
Otimismo
Até o fechamento desta edição (sexta, 15hs) não havia confirmação sobre o tal encontro. Mas isso não quer dizer nada. Agendas apertadas as datas nem sempre são fáceis. Resta a nós, brasileiros, torcemos para que o encontro aconteça, que não seja falácia, até porque o interesse não é só do Brasil. Aliás, são os EUA que já estão sofrendo, particularmente com a questão da carne. Mas o Brasil – hoje amigo da Rússia, da China, Irã, etc. – pode ter problemas mais à frente. Afinal, não é bom ter o país mais rico do mundo como desafeto.
Bolsonaro fora
Bolsonaro, pela série interminável de erros, está fora do jogo. Neste espaço, não foram poucas as críticas – de todos os lados – feitas a ele em especial na época da pandemia. Mas, nos últimos anos, a artilharia virou-se mais contra Lula, que no modesto entendimento desta página, apesar do Mensalão, faz o pior governo dos três mandatos.
Agora, os aliados do tipo ratos de navio, são os primeiros a deixar a embarcação. Normal. Só um evento tipo 7 a 1 da Alemanha livra o ex-presidente. Mas não dá. Processado, indiciado, condenado e com pena definida. A anistia já deu. No máximo, vai render uma progressão para o regime domiciliar. Aliás, já está preso. Por agora colhe a série interminável de erros que cometeu, independente ou não de ter liderado a trama de que foi acusado. Amanhã, a história pode ser outra. Mas hoje é o que se tem.
Desastre desde o início
Por seu turno, o presidente Lula da Silva dificilmente poderia estar fazendo governo pior. Desde a eleição, prejudicou o mercado financeiro, entrou pela contramão nas relações internacionais, não cobrou austeridade para com as contas públicas e teve como prioridade falar mal de Bolsonaro. Uma vez eleito, deveria ter priorizado o Brasil, não o adversário derrotado.
Ocorre que Lula, após perder três eleições para presidente, venceu Serra em 2002 com 22,55% dos votos e, em 2006, bateu Alckmin pela diferença de 24,02%. Então, depois de enfrentar problemas de saúde, ser condenado e preso em 3 instâncias e derrotar Bolsonaro por apenas 1,8% dos votos (vou repetir: 1,8%), certamente abalou seu emocional. Tudo isso, somado ao fato de ser hostilizado quer fosse onde fosse, enquanto Bolsonaro era ovacionado.
Entre tantos outros exemplos, ficou claro suas falas desconectadas que prejudicaram a economia. Armínio Fraga, Pedro Malan e Henrique Meirelles – todos tendo votaram nele – passaram a criticá-lo abertamente. O Agronegócio, atividade que sustenta boa parte da economia brasileira, foi logo chamado de ‘fascista’.
Em outro exemplo, ofendeu Campos Neto, a quem definiu como “quem não entende nada de Brasil, de povo”. Isso, porque a Selic estava em 13,75%. Gleisi foi mais longe: “Especulador barato”. Hoje, a taxa está em 15% e, por assim dizer, “tá tudo certo”.
Os “resultados” vieram
Num rápido retrospecto, passado o primeiro ano de alta de inflação (que só não foi pior – bom que se diga – não porque os preços caíram, mas porque o povo passou a comprar menos, o arcabouço fiscal de Haddad virou chacota. Na inabilidade para lidar com o Congresso, colecionou derrotas.
Como não poderia deixar de ser, as consequências em sua imagem vieram no ano seguinte, com recordes negativos sem precedentes. De acordo com a Quaest, em junho deste ano, a desaprovação de Lula no Sudeste – região que abriga o maior eleitorado do Brasil – chegou a 64%. Pelo Paraná Pesquisa, só em São Paulo a desaprovação foi a 62,4%.
Em junho, segundo a Genial Quaest, a reprovação do presidente em termos de Brasil bateu novo recorde: 57%.
Bons ventos
A partir do Tarifaço absurdo de Trump – que camuflou sanção a um país da importância do Brasil –, Lula estufou o peito, chamou os brasileiros aos brios, e lembrou que este País é soberano. Arriscou. Mas falou certo, falou bem e falou o que devia. Agora, colhe internamente os frutos de ver sua imagem melhorar e ter a desaprovação nivelada a aprovação – o que, convenhamos, não chega a ser nada confortável. Mas é um passo, ajudado pelo desmantelamento do bolsonarismo.
O que vem à frente é desconhecido. Pode abrir a porta para o Lula.4, como esvaziar ante os graves problemas que o Brasil enfrenta.