×
Copyright 2024 - Desenvolvido por Hesea Tecnologia e Sistemas

Breno Selga: impressões sobre o futuro

Breno Selga fala de um novo conceito de gráfica que se firma como soluções visuais para empresas

Entrevista
Por Aloysio Balbi
7 de julho de 2025 - 0h01
Foto: Silvana Rust

Há 15 anos ele saiu do Espírito Santo, onde formou-se em administração de empresas para montar a sua. O local escolhido foi Campos e o ramo parecia ser improvável: o de gráfica. Quem acredita que imprimir papel seja coisa do passado, precisa rever seus conceitos.

Breno Selga fundou em Campos a Express Soluções Gráficas para Negócios, que vai muito além de uma gráfica convencional. Para isso, imprimiu um manejo diversificado de serviços com um portfólio variado centrado no que define como mídia urbana.

Seus painéis e outdoors estão espalhados pelos quatro cantos do município. Explica que hoje o conceito de gráfica é amplo que abraça, por exemplo, toda a programação visual de uma empresa, sinalizando oportunidades.

Dando uma entrevista para um jornal físico, que depois será reportada para site e redes sociais, Breno afirma que a impressão em papel está longe de acabar, o que é realmente uma boa notícia, vinda de um especialista. 

A gente acha que com o advento da rede social, nuvens, que o papel ia acabar. Como é que você avalia isso?
Então, o papel impresso, hoje ele não é o foco principal da indústria gráfica, pelo menos aqui na nossa região. A gente teve que se adaptar. No nosso caso, a gente começou trabalhando só com papel no início, mas isso mudou. Nós adicionamos a parte da comunicação visual ao nosso mix de produtos. Tinha toda essa parte de produção de eventos, de produção de fachadas, adesivos, lonas. Entramos na era de  letras em alto relevo, esse material todinho de sinalização. E isso acabou dividindo a demanda com a parte impressa de papel tradicional.

Fale sobre esse mix?
Refiro-me ao mix de produtos, uma coisa bem típica de parte da mídia urbana. A gente já tem aproximadamente uns 120 painéis aí na cidade, e acrescentando esse produto. A diminuição da demanda pelo papel foi absorvida através da venda de outros tipos de materiais e oferta de serviços como esses painéis que fazem sucesso.

Mas o impresso continua reinando com publicações de book em alguns segmentos como o mercado imobiliário. É isso?
Sim. Qualquer empreendimento imobiliário, qualquer negócio grande ainda tem um pedaço de papel reservado. O que diminuiu, na verdade, o que impactou mais no mercado gráfico foi a maior digitalização, com a evolução do software utilizado pelas empresas, foi a parte de papelaria que, na verdade, era a parte mais barata do mercado gráfico, que eram materiais menos nobres… os talões de nota fiscal, o papel timbrado. Era um material que tinha menor valor agregado. Porém, os materiais de maior valor agregado, que representam mais no faturamento gráfico, até aumentaram um pouco a produção por conta da procura.

Então, a procura por essa impressão mais nobre aumentou?
Sim. Nos empreendimentos imobiliários é esse material como folders e books. As grandes empresas também precisam. Hoje, você tem mais empreendimentos sendo lançados do que você tinha 20 anos atrás e você lança um empreendimento utilizando mais materiais. A consciência comercial é um pouco mais elaborada hoje, com um investimento maior do que era antes. Quando você vê que o investidor está dando atenção a esses detalhes, é porque eles são materiais de apoio comercial para a venda. Quando você vê que está tendo essa atenção, eu acredito que a confiança do consumidor vai ter um plus. Ele vai se sentir mais confortável e mais confiante em realizar a compra. E a gente está aí para que isso aconteça.

Em termos de gráfica mesmo, de equipamento, a Express está no nível dos grandes centros?
Atualmente, somos uma gráfica de última geração, após 14 anos de atuação aqui em Campos. Temos equipamentos bem modernos, principalmente quando se trata de impressão digital de alta resolução. Hoje, nós temos máquinas que superam a qualidade das máquinas offset, que eram muito utilizadas antigamente, e a gente decidiu investir mais no campo digital justamente por conta da redução das tiragens. A demanda por alta tiragem reduziu muito. A gente conseguiu trazer a alta qualidade para pequenas e médias tiragens. Estamos diversificando os equipamentos permanentemente. Então, temos bastante equipamentos, todos de última geração.

Você está dando uma entrevista no jornal físico, de papel. Acha que o jornal ainda vai custar para acabar?
Ah, eu acho que vai demorar bastante ainda. Temos muito chão pela frente. Eu digo que, no nosso caso, pelo menos 30% do que a gente faz é papel, a parte de envelope, pasta, timbrado. Esse tipo de papel,  acho que ele pode acabar realmente um pouco mais rápido, mas quando você trata de materiais que são auxílio do setor comercial, eu acho que é mais difícil, porque o mercado precisa daquilo para vender. Talvez o papel acabe junto com a gráfica, mas enquanto tiver alguém tentando vender alguma coisa pessoalmente, ela vai precisar de um material de suporte na mão.

Como é o tráfego na sua agência?
Hoje os nossos setores são todos estabelecidos, nós temos um setor de pré-atendimento, que classifica o cliente; em seguida, ele passa pelo atendimento de um vendedor; fechando o negócio, esse vendedor faz orçamento; o orçamento sendo aprovado, ele vai para os arte-finalistas, depois para o setor de faturamento; entra para a produção, até sair para a expedição e entrega ou instalação do material, quando é o caso. A gente tem um setor de pós-venda, a gente faz acompanhamento das contas maiores, com vendedores dedicados somente a isso. E a gente também trabalha com vários tipos de consultoria. Hoje, temos consultores comerciais para treinar o setor comercial. Ele acompanha todo o processo do cliente como um funcionário externo, que analisa o que não está sendo fechado. Trabalha basicamente fazendo isso, pegando os orçamentos que não foram aprovados e tentando descobrir porque não foi aprovado. Isso tem feito a gente converter mais vendas e se consolidar cada vez mais no mercado.

Esse nome Express, que dá um entender “pressa”. Foi pensando nisso?
Sim. Esse é nosso compromisso. De entrega do produto. Eu te confesso que lá atrás, quando a gente escolheu esse nome para gráfica, não me lembro qual foi o motivo, foi uma conversa com meu pai na época. Meu pai sempre foi do ramo de farmácia, mas mudou junto comigo para a gráfica, porque percebeu que eu estava muito interessado. Na verdade, trabalhei em empresas onde eu tratava muito com gráfica, e aí eu gostei desse universo gráfico e optei. Vi em Campos uma oportunidade. Achei que era um mercado que tinha necessidade de ter uma gráfica do padrão da nossa hoje.

Você atende a toda a região?
Sim. Temos clientes em Campos e redondezas. Atendemos empresas no Espírito Santo também, inclusive a gente está levando esse projeto de outdoor lá para o Espírito Santo, para outras cidades aqui no interior, Itaperuna, Macaé, e até Niterói. Estamos consolidando esse plano de expansão. A gente pretende expandir essas placas como outdoor para muitas praças.

Você usa quase que, como slogan, uma gráfica completa.O que é preciso para uma gráfica completa?
Então, isso a gente é bem elogiado até pelos nossos clientes, principalmente o pessoal que trabalha no setor mais industrial, na área de saúde, porque você pegar uma empresa do Porto hoje, ela tinha que trabalhar com um monte de empresas diferentes para atender produtos muito parecidos. A gente conseguiu concentrar dentro de uma estrutura só toda a parte de serralheria, a gente tem serralheria própria, até por conta da construção das nossas placas de outdoor… a gente mesmo faz tudo. A parte de impressão em papel, de pequena e grande tiragem, normalmente é separada, como acontece em uma gráfica tradicional… a gente faz as duas coisas. Dentro da comunicação visual, a gente trouxe para dentro da gráfica subdivisões que a gente absorveu. Não tem nada de comunicação visual que a gente não faça, nem de gráfica. E agora, adicionando essa parte da mídia urbana, que seria toda essa parte de mídia exterior, de outdoor, de painéis, de frontlights; assim a gente completou o mix de produtos que a gente oferece, de prestação, de serviço. Então, é assim… para os clientes que estão com a gente há bastante tempo, eles sabem que é muito difícil achar uma coisa que a gente não resolva dentro da nossa área. O que a gente não consegue resolver, a gente dá um jeito de aprender e começa a resolver também.