Asfalto precário há anos, acúmulo de buracos, constantes alagamentos, acidentes… Esse é o panorama encontrado pela equipe de reportagem do J3News na localidade de Campo Novo, área rural de Campos. As reclamações são motivadas pelas más condições da estrada que passa pelo bairro e liga a BR-356 a Barcelos (São João da Barra) e Cambaíba (Campos).
A estrada tem papel essencial para a comunidade local – Campo Novo e Venda Nova -, bem como para a escoação de produção agrícola. Em visita ao bairro na última quinta-feira (5), a reportagem flagrou uma máquina trabalhando na via, fazendo trabalhos de reparos e tapa-buracos. Porém, apesar das recentes cobranças da população, a iniciativa de realização do trabalho não partiu do poder público. É o que relata o trabalhador Lenilson Gomes. Operador de máquinas em uma empresa local, ele foi o responsável pelo serviço.
“É uma iniciativa nossa, que conta apenas com a boa vontade do Leilson (empresário local), que é o dono das máquinas, e do meu empenho em fazer acontecer. Estamos fazendo para ajudar o povo de Campo Novo e Venda Nova, depois de ver várias pessoas se machucarem em acidentes por conta dos tantos buracos na pista. Vivemos esse cenário há pelo menos cinco anos”, comenta.
Ouvindo mais moradores, as queixas vão além, dando conta, por exemplo, de alagamentos constantes, acúmulo de lama, transtornos por conta do excesso de poeira, bem como da retirada sem reposição de uma marquise e um banheiro, que ficavam no local onde foi inaugurada uma praça há poucos meses.
“Esse asfalto foi construído em 1992. De lá para cá, só passou por pequenos reparos. Com a estrada desse jeito, ou temos que conviver com muita poeira, ou alagamentos e lama”, enfatiza a autônoma Cirley Azeredo.
O comerciante Antônio Carlos Rocha acrescenta que, além da estrada, a localidade enfrenta mais problemas: “A estrada está muito sobrecarregada, com caminhões pesados durante dia e noite, sem manutenção. Quando chove, a água fica represada e forma cada vez mais buracos. O que causa cada vez mais acidentes, faz com que as pessoas se machuquem, carros arrebentem. Fizeram a pracinha, foi bom. Mas, retiraram banheiro e marquise, e não repuseram. O transporte também está precário. São poucas vans e andam sempre cheias”, diz.
Manifestação e polêmica
Questionando a estrutura precária da via e a urgência de reparos, moradores realizaram uma manifestação no mês passado, chegando a bloquear a estrada. A ação repercutiu bastante, gerando questionamentos ao prefeito Wladimir Garotinho. Nas redes sociais, ele retrucou, transferindo a responsabilidade das condições ruins do asfalto, ao excesso de veículos pesados oriundos da iniciativa privada, especificamente do Grupo Barcelos, empresa instalada na região.
A declaração gerou nota pública de repúdio assinada por representantes de entidades empresariais e sindicais da cidade. Posteriormente, o prefeito teve um encontro com o empresário Joilson Barcelos, demonstrando entendimento entre as partes e afirmando que conversaram buscando alinhar uma solução para a estrada. Até o momento, o município não anunciou nenhuma medida nesse sentido.
Em nota, a Secretaria de Obras, Urbanismo e Mobilidade informa que realiza obras de manutenção das vias periodicamente na localidade, além de investimentos para promover o bem-estar da comunidade. Além da reforma geral da praça, a Prefeitura construiu um calçadão dotado de equipamentos para as práticas de esporte e lazer.
Sobre os constantes danos na pavimentação da via principal e das ruas que são utilizadas, respectivamente para o tráfego intenso e manobras de carretas de um Centro Logístico de Distribuição de Cargas de Alimentos, o órgão disse que está em andamento parceria com o grupo empresarial com vistas aos reparos das vias danificadas pelas carretas pesadas.
Sobre o abrigo de passageiros, o IMTT informou que já colocou na programação das próximas localidades a serem contempladas com os equipamentos, na medida em que for consolidado o processo licitatório.
