×
Copyright 2024 - Desenvolvido por Hesea Tecnologia e Sistemas

Secretário contesta avaliação do IPS 2025: “A pesquisa é muito falha. Tem distorções”, afirma

Para Mauro Siva, o IPS apresenta distorções metodológicas e se apoia em fontes inconsistentes

Campos
Por Redação
31 de maio de 2025 - 14h50

Repercute desde a última quinta-feira (29) o resultado do Índice de Progresso Social (IPS) Brasil 2025, que apontou Campos entre os 10 municípios com piores índices de qualidade de vida no país entre as cidades com mais de 500 mil habitantes – excluídas as capitais. Com pontuação de 62,19 em uma escala de 0 a 100, Campos ficou em 9º lugar no recorte.

Desenvolvido por organizações da sociedade civil como Imazon, Fundação Avina, Anattá e Social Progress Imperative, o IPS avalia os municípios com base em 57 indicadores sociais e ambientais. Diferente de índices como o PIB ou IDH, o IPS busca medir diretamente os impactos sociais percebidos pela população.

Metodologia do IPS é questionada

O resultado, no entanto, foi criticado pelo secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Mauro Silva. Para ele, o IPS apresenta distorções metodológicas e se apoia em fontes inconsistentes. O secretário também rebate a classificação de Campos entre os “piores” municípios. Segundo ele, o recorte correto do IPS considera apenas cidades com mais de 500 mil habitantes.

“A pesquisa é muito falha. Eles utilizam fontes diferentes, com dados de períodos desatualizados ou incompletos. Muitas informações foram retiradas do CadÚnico, que deixou de fazer notificações de 2024 a 2025, o que torna a pesquisa distorcida. Campos ficou com nota acima da média nacional e à frente de 18 estados. Inclusive superamos três capitais, entre elas Salvador. Eu não discuto nem o ranking, o ranking já está errado. O que eu acho que está deturpando esse resultado são os itens que não são de competência da prefeitura”, afirmou Mauro.

A seleção dos indicadores que compõem o IPS leva em conta critérios de relevância social e ambiental. Eles são organizados em três grandes dimensões: necessidades humanas básicas, fundamentos do bem-estar e oportunidades. Essa estrutura ajuda a entender por que, em alguns casos, cidades com menor renda têm desempenho melhor que municípios mais ricos. Segundo Mauro, esse critério penaliza municípios maiores, que têm menor renda per capita.

“Não podemos utilizar a mesma régua para comparar cidades pequenas com cidades de grande porte, que tem desafios enormes. Campos é um município com mais de 4 mil quilômetros quadrados e dezenas de localidades, onde o poder público precisa chegar com serviços essenciais, como educação, saúde e limpeza pública. Ainda assim, nosso Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é considerado alto, o que indica que Campos é uma cidade que oferece qualidade de vida aos seus moradores”, diz.

Ele destaca ainda que a cidade tem avançado. “Campos está sendo reconstruída com foco em infraestrutura, crescimento econômico e cuidado com as pessoas. Muitas dessas ações geram resultados mensuráveis apenas a médio e longo prazo. Mas é visível que a cidade voltou a crescer. De mais longe viemos, e caminhamos para um futuro ainda mais promissor. E os próximos índices vão mostrar isso claramente. O prefeito Wladimir Garotinho segue comprometido com a transparência, o diálogo e a busca por melhorias concretas para a população”, concluiu Mauro Silva.