A interferência da Inteligência Artificial (IA) no mercado de trabalho é um fenômeno transformador e assustador para muitos. Mas vamos esquecer a palavra “assustador” e focar no “transformador”, tema de destaque nessa edição do J3 News.
Ao automatizar processos cognitivos antes exclusivos à ação humana, a IA amplia a produtividade ao mesmo tempo em que suscita questionamentos éticos e sociais, que aos poucos o mercado vai respondendo.
Embora relatórios globais apontem a possibilidade de criação de novas carreiras e incremento, não se pode negligenciar os impactos sobre profissões convencionais.
A substituição de atendentes de telemarketing ou motoristas por sistemas autônomos evidencia o risco de desvalorização do trabalhador a título de exemplo do que pode acontecer amanhã. Então, hoje, é hora de se preparar para essa transformação.
Nesse cenário, torna-se necessária a revisão das políticas educacionais, focando-se no desenvolvimento de competências críticas, criativas e interpessoais.
A IA deve ser encarada como instrumento complementar, enfatizando a colaboração entre máquina e indivíduo.
No campo do design, por exemplo, ferramentas algorítmicas aceleram a prototipagem, mas não podem suplantar o discernimento estético do profissional. No jornalismo, a automação de análise de dados não substitui a apuração rigorosa e o julgamento editorial responsável.
Em última instância, a reflexão sobre IA deve ser, sim, humanizada: empatia, ética e criatividade.
Somente ao valorizar tais qualidades pode-se construir um mercado de trabalho que some eficiência tecnológica com dignidade e realização humana.