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Petroleiros do Norte Fluminense iniciam greve e fecham base da Petrobras em Macaé

O movimento reivindica a retomada das negociações coletivas com a Petrobras

Região
Por Leonardo Pedrosa
26 de março de 2025 - 10h20
Foto: divulgação

A Greve Nacional de Advertência dos petroleiros começou na manhã desta quarta-feira (26) e já impacta as operações da Petrobras no Norte Fluminense. Em Macaé, trabalhadores fecharam os portões da base de Imbetiba desde as 6h30, paralisando as atividades no local.

A mobilização foi aprovada por ampla maioria da categoria em assembleias realizadas entre os dias 15 e 23 de março.

O movimento reivindica a retomada das negociações coletivas com a Petrobras, que, segundo os sindicatos, foram esvaziadas pela gestão da estatal e impactam direitos da categoria. Empresa menciona diálogo aberto com os sindicatos, mas ainda não informou se há previsão para novas rodadas de negociação.

Entre as principais pautas da paralisação estão a Participação nos Lucros e Resultados (PLR), mudanças nas regras do Teletrabalho, redução da Remuneração Variável e reposição do efetivo da estatal. Além disso, os trabalhadores denunciam retrocessos que afetam a segurança operacional e a precarização dos serviços terceirizados. 

Por meio de nota, a Petrobras afirmou que registrou paralisações hoje, mas que não há impacto na produção de petróleo e derivados da companhia. A empresa ressaltou, ainda, que respeita o direito de manifestação dos empregados e que tem mantido diálogo aberto com as entidades sindicais sobre os ajustes.

Outras pautas incluem:

– Solução definitiva para os PEDs do Plano Petros, garantindo segurança financeira a aposentados e pensionistas;
– Criação de um Plano de Cargos, Carreira e Salário unificado, que valorize a negociação coletiva e corrija distorções salariais;
– Reposição do efetivo, com convocação de concursados e abertura de novos concursos públicos;
– Garantia de segurança na retomada da produção da Fafen-PR, com efetivo adequado;
– Melhoria das condições de trabalho dos prestadores de serviço, com o fim da escala 6×1 e isonomia de jornada;
– Combate à diferenciação entre trabalhadores antigos e novos, incluindo adicionais de transferência e ajuda de custos.

Nota da Petrobras na íntegra:

A Petrobras registrou paralisações de empregados nesta quarta-feira (26/03) em unidades da companhia em decorrência de movimento grevista. Não há impacto na produção de petróleo e derivados da companhia.

A empresa respeita o direito de manifestação dos empregados. A Petrobras tem mantido diálogo aberto com as entidades sindicais sobre os ajustes ao modelo híbrido de trabalho, que aumentará de dois para três dias na semana o período de trabalho presencial. A partir de 7 de abril de 2025, todos os empregados devem cumprir três dias de trabalho presencial na semana. Além disso, a companhia apresentou proposta às entidades sindicais de acordo específico de trabalho para pactuar esse ajuste pelo período de dois anos.

Os ajustes mencionados visam atender os grandes desafios que a companhia tem pela frente, alinhados ao seu Plano Estratégico. É importante ressaltar que a Petrobras cumpre os acordos coletivos dos quais é parte e a legislação trabalhista brasileira.

A Petrobras esclarece, ainda, que já vem repondo seu efetivo de trabalhadores, tendo convocado mais de 1.900 novos empregados em 2024. A companhia também já anunciou publicamente que irá contratar 1.780 novos empregados ao longo de 2025, oriundos de concurso público de nível técnico.  

Por fim, convém destacar que a Petrobras possui um programa de remuneração variável que contempla, entre outros itens, a Participação nos Lucros e Resultados (PLR). A Petrobras negociou com as entidades sindicais um acordo de PLR para o período 2024/2025, que será cumprido integralmente pela companhia.