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O silêncio dos ‘não inocentes’

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Guilherme Belido Escreve
Por Guilherme Belido
6 de novembro de 2024 - 11h57
Foto: Reprodução

Nas últimas duas semanas a guerra entre Israel e seus adversários no Oriente Médio não havia registrado nenhum episódio de maior dramaticidade no nível dos picos de confrontos observados em vários períodos ao longo dos últimos 13 meses, desde que o conflito foi deflagrado.

O ataque ao Irã, na madrugada de sábado (26/10), atingindo alvos militares e instalações de fabricação de mísseis iranianos, foi uma resposta do Estado judeu aos 200 mísseis que o Irã havia disparado contra Israel no início de outubro, atingindo áreas de Tel Aviv. Logo o primeiro-ministro israelense prometeu vingança, com uma resposta “surpresa” e “precisa”.

A guerra propagandista – de ameaças e intimidações –, o Irã prometeu retaliação, afirmando que seu país dará uma resposta implacável ao bombardeio israelense. Do outro lado, uma fonte militar disse que Israel está em “alto nível de prontidão”. Logo, não apenas acreditando, como preparado para a suposta retaliação prometida pelas forças iranianas. Caso esse novo conflito se confirme, o resultado poderá ser dramático.

“Nuclear”: A palavra que atemoriza – Na falta de sinais de ‘lencinhos brancos’ – tampouco ‘bandeirolas brancas’ que simbolizam trégua’ –, com cada lado apostando em suas respectivas forças para vencer o inimigo, o conflito segue ‘no escuro’, num jogo que não se sabe o que há de verdade e de blefe.

De mais a mais, a presença cada vez mais intensa do Irã numa guerra que começou com o ataque do grupo Hamas a Israel – e forte represália do Estado judeu em Gaza –, o conflito chega a outro nível, com grande temor – mesmo que improvável – de uso de armas de destruição em massa.

O silêncio ‘dos não inocentes’ traz consigo uma sombra negra atemorizante. Não se sabe até que ponto os radicais daquela parte do mundo estão disposto a ir, mesmo que essa radicalização resulte numa guerra total – numa destruição total.

Relatório do Departamento de Estado dos EUA divulgado há cerca de um mês diz que o Irã tem capacidade para fabricar uma bomba nuclear em menos de duas semanas. Ressalvou, contudo, que o Estado iraniano não estaria prosseguindo com um programa de armas nucleares. Por outro lado, qualificou o país como “uma ameaça permanente”.

Assim, cada movimento de maior ou menor agressividade dos países envolvidos tanto pode reduzir a tensão, como deflagrar o pior dos pesadelos. É o mundo que vivemos em pleno século 21.