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Erica Viana: uma biografia política que vai virar livro

Suplente de vereadora diz que vai insistir na política, revisa capítulo e quer escrever história

Entrevista
Por Aloysio Balbi
13 de outubro de 2024 - 0h01
Foto: Silvana Rust

Em sua precoce biografia de ativismo político, Érica Viana, aguçou, nesta campanha eleitoral, a curiosidade sobre acontecimentos em Brasília, que se nacionalizaram. Prudente e mais madura, ela não acentuou no seu discurso esses fatos, que pretende, na hora certa, transformá-la em livro, colocando todos os pingos nos is.

Terminado período de eleições para a Câmara de Vereadores, onde ficou como suplente, Érica concede a entrevista para agradecer os votos que teve e afirmar que vai continuar na vida pública, com seu discurso conservador. Enquanto isso, além da função de servidora pública concursada, Érica pretende se dedicar ao seu canal de YouTube e também às suas redes sociais, com conteúdo político e cotidiano.

Na campanha, ela fez parte da coligação que apoiou o prefeito reeleito, Wladimir Garotinho, garantindo que Campos fez a escolha certa, acrescentando que ele fará muito mais nos próximos quatros anos, na comparação com o que fez nos últimos quatro, destacando que os dois primeiros foram de reconstrução.

Campanha terminada, você fica como suplente na Câmara Municipal de Campos. O que pretende fazer daqui por diante?
Pretendo escrever um livro sobre a minha trajetória, para esclarecer alguns pontos que tiveram até visibilidade nacional. Além disso, pretendo estar mais presente nas mídias, acessível ao povo e também conscientizando a população sobre a importância da participação cidadã, não somente em tempos de eleições, mas no dia a dia da cidade.

E, para isso, você tem um canal no YouTube, Instagram, Facebook, redes sociais em geral. Você vai focar nisso?
Sim, vou focar nas redes sociais e também nas mídias tradicionais. Me formei em Relações Públicas em Campos e sou servidora concursada do município. Vou usar as redes sociais, exatamente para estabelecer relações com um maior número de pessoas. As pessoas precisam se reeducar. Reeducar a maneira como falam, como se expressam, como se comunicam, verbalmente e não verbalmente. Cuidar da sua imagem pessoal, apresentar uma imagem melhor para outros e também a si, porque à medida que você incorpora isso para si, você transmite para os outros e as instituições também precisam ter esse olhar para a imagem da sua organização. O profissional de relações públicas é o mais indicado para isso, porque ele na área da comunicação é o responsável pela imagem corporativa, imagem institucional, e as pessoas precisam adquirir essa consciência de que não basta também ser bom, mas parecer bom e aos olhos da sociedade.

Você está na suplência. Está preparada para eventualmente assumir uma cadeira da Câmara Municipal?
Preparadíssima. Sou uma pessoa que se interessa por política pública desde os tempos de adolescente. Sempre gostei de trabalhar com projetos sociais, também, na Igreja. Prestava muito serviço para moradores em situação de rua. Depois, comecei a frequentar as sessões da Câmara e, como ouvinte, percebi como tudo funcionava. Sempre tive o sonho de ser vereadora, eu pensava em fazer mestrado, antes de ser vereadora. Vereadora, porque eu entendi que era uma função que deveria ser ocupada por uma pessoa muito bem preparada, principalmente, intelectualmente, para oferecer o melhor para a população. Mas, diante do quadro que eu vi de vereadores que mal sabiam ler, eu senti a urgência de antecipar o meu sonho e, em 2020, eu fui candidata pela primeira vez e, agora em 2024, eu novamente vim ao pleito e vou continuar tentando até conseguir.

De 25 cadeiras, só uma mulher conseguiu ser eleita. Você acha que as mulheres de Campos precisam acordar?
É lamentável que tenhamos apenas uma representante feminina e precisamos de mais mulheres, boas mulheres, conservadoras, participando da política e, além de se interessarem, elas precisam de um investimento dos partidos e dos grupos políticos. Elas precisam de estrutura, de orientação. Isso é algo que ainda é muito falho no sistema político atual.

Você ainda é bem jovem. Como observa essa questão da necessidade de geração de empregos, um dos graves problemas de Campos. Como vê isso?
Sim. É preocupante e é preciso um projeto de incentivos para que iniciativas que venham a gerar empregos sejam implantadas pelo setor privado. Os jovens de Campos, para entrar no mercado de trabalho, precisam ser preparados, capacitados. Campos carece muito de qualificação, também na oferta de serviços para os clientes. Precisamos, por exemplo, de ter o turismo na cidade potencializado, que as pessoas que vierem a Campos se sintam encantadas com a qualidade do atendimento de nossos comerciantes, nossos prestadores de serviços, além de nossa história e belezas naturais. Temos que oferecer bons serviços para que elas retornem e passem uma imagem positiva da cidade para outras pessoas.

Seu Instagram tem um número expressivo de seguidores, Como você prepara os conteúdos?
No Instagram eu abasteço com muito conteúdo de política, também de rotina. As pessoas gostam muito de ver a rotina e também gosto de fazer lives com pessoas de outras cidades, até para trocar a experiência do que deu certo em outras cidades e o que precisa melhorar aqui, porque, às vezes, a gente tem problemas aqui em Campos, problemas que já foram solucionados em outras cidades. Gosto de fazer essa troca, mas o meu Instagram cresceu basicamente pelo meu posicionamento conservador na política e pelo fato de ter sido perseguida. Uma história que vou detalhar no livro na hora certa.

Você acha que debater política é sempre essencial, independente das situações, esquecer essa coisa de polarização, mas política é um tema que tem que ser discutido sempre assim?
Com certeza, porque a política está no cafezinho que a gente toma, está na rua que a gente atravessa, na calçada por onde a gente passa. Ela está em todo lugar, está na nossa casa. Então, se a gente não discute política, não se interessa por política, estamos fadados a ser conduzidos por quem se interessa e às vezes se interessa com más intenções. Eu estava observando no site do TSE sobre Campos e percebi que foram 80 mil eleitores que se abstiveram nessas eleições. Isso, para mim, é um número alarmante. Já poderia ter sido eleita com uma parte dessas pessoas, outras pessoas boas também poderiam ter sido eleitas. Então, é importante que nós nos interessemos por política.

Como seria esse livro que você pretende escrever?
Tento escrever um livro sobre a minha vida, ampliar minha participação nas mídias, talvez escrever uma coluna para algum jornal, aumentar minha participação nas minhas próprias redes sociais, trabalhar para o crescimento delas, porque, por mais que eu tenha qualidade no meu conteúdo, a quantidade no ambiente virtual confere autoridade e pretendo, também, estar mais envolvida nos projetos sociais da cidade com os quais eu me identifico. O livro já está sendo rascunhado, mas tudo tem a hora certa. Esse é um ponto bem sensível do meu histórico e tenho que tratar com maturidade até porque envolve política, uma coisa que levo bastante a sério.

Eleição em Campos definida e o prefeito, candidato da sua coligação, foi reeleito. O que você espera deste segundo mandato de Wladimir?
Eu desejo ao Wladimir quatro anos de sucesso, que ele consiga fazer muito mais do que ele já fez nesses últimos quatro anos e que ele possa contar comigo para fazermos Campos prosperar.

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Instagram: ericavianarj