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Revitalização e degradação do Chafariz Belga

Localizado na Praça Quatro Jornadas, patrimônio é tombado pelo Coppam

Geral
Por Pedro Siqueira
23 de setembro de 2024 - 0h01
Vandalismo|Esta não é a primeira vez que o monumento precisa ser revitalizado (Fotos: Silvana Rust)

Há seis meses foram iniciadas as obras no Chafariz Belga da Praça Quatro Jornadas, ao lado da Praça do Santíssimo Salvador, no Centro de Campos dos Goytacazes. Não é a primeira vez que o patrimônio histórico, tombado pelo Conselho de Preservação do Patrimônio Histórico e Cultural de Campos (Coppam), precisa ser revitalizado. A limpeza do patrimônio tem sido realizada pela a concessionária Águas do Paraíba, no entanto, a conservação deve ser realizada pela Prefeitura.

Anteriormente degradado devido a furtos e ao vandalismo, em 2013, o Chafariz Belga passou por uma obra de revitalização, de responsabilidade da concessionária Águas do Paraíba. No entanto, anos após a conclusão das obras e, consequentemente, a reinauguração feita pela ex-prefeita da cidade, Rosinha Garotinho, as águas dançantes novamente ficaram turvas e com lodo. Tanto a água suja, como a nova iluminação e a música que se esvaíram com o passar do tempo, fizeram com que o Chafariz, no início de 2024, 11 anos após a reforma, ficasse novamente degradado, precisando de outra obra.  

História|Rafaela Machado

A historiadora do Arquivo Público Municipal de Campos dos Goytacazes, Rafaela Machado, explica que o Chafariz Belga sofreu um grande processo de deterioração, seja por falta de manutenção ou pelo vandalismo constante, incluindo roubo de várias peças componentes do patrimônio. Além disso, na década de 1990, o monumento também passou por uma reforma, a qual adornos como leões e taças foram inseridos na estrutura da mesma forma que eram no passado.

“O Chafariz Belga é um monumento que representa muito da importância de Campos no início do século XX, período no qual a cidade de Campos refletia ares de progresso e modernidade. Ele é chamado de Chafariz Belga justamente por ter sido uma réplica produzida na Bélgica de um dos 100 chafarizes que Cristóvão Colombo mandou fabricar quando da sua chegada à América. Segundo algumas informações, há somente dois exemplares hoje existentes em todo mundo, sendo um deles o de Campos, embora para isso faltem pesquisas concretas”, explicou a historiadora. Quando questionada sobre o processo de degradação do Chafariz, Rafaela comenta que é possível ver, diariamente, o quanto a estrutura está desgastada, assim como em muitos outros patrimônios de Campos. “Sou uma entusiasta da educação patrimonial e nos resultados, em longo prazo, que ela pode alcançar. Precisamos nos reconhecer na nossa própria história, nos nossos símbolos e monumentos. Quando falamos na importância da educação patrimonial estamos justamente falando sobre a educação consciente e cidadã dos indivíduos, assim como da coletividade, da sua própria memória, cultura e história. Só assim começaremos a olhar para a nossa história com o respeito que ela merece”, concluiu.

Imponência|Foto de arquivo mostra monumento intacto

Conservação é com prefeitura, diz concessionária
Em nota, a Prefeitura de Campos comunicou que, “no momento, está em obra a recuperação do Chafariz Belga na Praça das Quatro Jornadas, sob a responsabilidade da concessionária Águas do Paraíba, conforme acordo compensatório, firmado no Sétimo Termo Aditivo do contrato de concessão dos serviços de água e esgoto”.

De acordo com a concessionária Águas do Paraíba, em março deste ano foi feita a limpeza e drenagem do chafariz. Além disso, a empresa instalou tapumes, fez mobilização e limpeza da casa de bombas subterrânea. No canteiro em torno do chafariz foi construída uma nova mureta, além da instalação de quadros e disjuntores de energia elétrica”, informou também por meio de nota. A empresa ressalta ainda que continuará efetuando a manutenção da bomba do chafariz. Já os serviços de limpeza, conservação, segurança e iluminação permanecerão sob a responsabilidade da prefeitura. “O prazo para finalização da obra é dezembro deste ano”, concluiu.