Exceto pelo horror das bombas nucleares, principais tragédias e mortes foram para outros meses, inclusive o que registrou o maior número de óbitos por Covid
Que caiu para agosto a má fama de ser um mês agourento, não há dúvida. Mas entre a verdade sólida, baseada em fatos incontestáveis, e a mera crendice que virou tradição e atravessou séculos, vai uma grande diferença. De todo jeito, tal qual apelido que ‘pega’ quando o apelidado fica na bronca, o mês do azar colou em agosto; e ponto.
Alguns episódios, contudo, tanto podem alimentar a superstição, quanto situá-las como coincidência. Vejamos, com exemplo, as fotos ao lado: Marilyn Monroe, – a loura mais famosa da história do cinema – e Lauren Bacall, uma das deusas de Hollywood, nasceram com apenas dois anos de diferença e trilharam carreiras paralelas.
Ocorre que Marilyn morreu em condições de extrema suspeição, em 4 de agosto de 1962, com apenas 36 anos. Já Bacall faleceu também em agosto (2014), já ‘velhinha’, com 89 anos, após sofrer um derrame em seu apartamento em NY.
Circunstâncias e suspeitas – Sob essa ótima cabe observar que mortes ocorrem todos os meses. Mas talvez pela desconfiança gerada por algumas que ‘caíram’ em agosto, o mês tenha ficado marcado.
Além de Marilyn – entre as mortes polêmicas que envolveram famosos – podemos citar as da cantora Carmem Miranda, encontrada sem vida no corredor de sua casa, em Beverly Hills; do ex-presidente Juscelino Kubitschek, num acidente automobilístico na via Dutra; da princesa Diana, também num acidente conturbado em Paris; de Elvis Presley, o ‘Rei do Rock’, envolto em uma série de mistérios; e do presidenciável Eduardo Campos, num suspeito acidente aéreo já retratado na edição anterior (04.08).
Marcas indeléveis Agosto responde por uma tragédia, um flagelo, que registra a maior catástrofe do século XX e que se espera o mundo não tenha que reviver: o uso de bombas nucleares, que em apenas dois dias (06 e 09/1945) dizimou as cidades de Hiroshima e Nagasaki, matando 300 mil pessoas.
Os documentos que trazem relatos sobre a 2ª Guerra Mundial são de quase 80 anos. Logo, imprecisos quanto ao real número de mortes. Isso, além dos reflexos sentidos até hoje naquelas cidades japonesas. Como registro já observado na edição passada, o conflito matou mais de 100 milhões de pessoas.
Política – O episódio isolado mais relevante e que mudou a história política do Brasil foi o suicídio do presidente Getúlio Vargas, em 24 de agosto de 1954. O tiro que dera no peito atingiu duramente seus adversários e garantiu a sobrevivência de seu grupo político.
Não há exagero em considerar Vargas como o nome mais importante da vida brasileira. Getúlio governou o País por 19 anos, tempo não alcançado por nenhum presidente e que dificilmente o será na fase pós Proclamação da República.
Um fato ruidoso, mas de menor expressão, foi a renúncia de Jânio Quadros, ocorrida em 25 de agosto de 1961 – sete meses após assumir a Presidência da República. Até hoje se discute se o acontecimento deve ser visto como favorável ou desfavorável ao Brasil.
Ao longo de todo o tempo
Só uma pesquisa profunda e exaustiva talvez fosse capaz de situar agosto como um mês azarado, comparativamente aos demais. Não deixa dúvidas, contudo, que as grandes catástrofes e assassinatos, no Brasil e no mundo, recaem mais sobre outros meses. Como exemplo recente, a Covid no Brasil bateu recorde de óbitos no mês de março de 2021 (82 mil) e em um único dia, abril de 2021, com mais de 4 mil mortes.
A invasão da Rússia na Ucrânia ocorreu em fevereiro de 2022 e o ataque do Hamas contra Israel, dando início à guerra em Gaza, foi em outubro de 2023. + Os maiores desastres ambientais no Brasil aconteceram na Região Serrana (janeiro 2011); Vale do Itajaí (novembro de 2008); em Petrópolis (fevereiro e março de 2022); e o mais recente, no Rio Grande do Sul, em abril deste ano. + O rompimento da barragem de Brumadinho foi em janeiro. + O maior desastre aéreo do Brasil aconteceu num vôo da TAM, em 17 de julho de 2007, matando 199 pessoas.
Outros episódios – Entre os principais desastres da história, o ‘11 de Setembro’ foi, obviamente, em setembro. O Dirigível Hindenburg pousou em chamas no mês de maio. E o mais famoso de todos, o Titanic, afundou em abril. + Dos crimes que mais abalaram o mundo, o presidente americano, Abraham Lincoln, foi morto a queima-roupa em abril. Com um tiro à distância, Martin Luther King foi atingido e morreu igualmente em abril. John Lennon foi morto em dezembro e outro presidente dos EUA, John Kennedy, foi assassinado, supostamente em meio a uma trama, em novembro.
Cinco anos depois, seu irmão Bob foi morto em junho.Nenhuma dessas tragédias e assassinatos, portanto, aconteceu no agourento agosto….