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Produção industrial do Estado cresce, mas índice nacional diminui

Resultado negativo nacional pode estar ligado à tragédia no Rio Grande do Sul

Economia
Por Monique Vasconcelos
22 de julho de 2024 - 0h03
Rio|Setor industrial fluminense cresceu 5% em maio (Foto: Agência Vale)

A produção industrial do Estado do Rio de Janeiro cresceu 5% em maio deste ano, na comparação com o mesmo mês em 2023. De acordo com dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nos primeiros cinco meses do ano, a indústria fluminense acumulou crescimento de 5,5% e, nos últimos 12 meses, de 6,7%. Já segundo os dados do Núcleo de Pesquisa Econômica do Estado do Rio de Janeiro (Nuperj), a produção industrial geral no estado cresceu 0,1% em abril, na comparação com o mês anterior. Em relação ao mesmo mês do ano anterior foi registrado um crescimento de 4,4% e um crescimento de 5,5% no acumulado anual.

Recentemente, o Núcleo de Pesquisa Econômica do Estado do Rio de Janeiro (Nuperj) divulgou uma pesquisa que aponta que a indústria extrativa cresceu 2,5% em abril com base no mesmo mês do ano anterior, acumulando um crescimento de 6,5% no ano. Já a indústria de transformação cresceu 6,4% no mesmo mês, acumulando um crescimento de 4,5% no ano.

O diretor científico do Nuperj, Alcimar Chagas, disse que em Campos dos Goytacazes, o setor industrial apresentou uma participação de 9,16% no saldo de empregos gerados no período de janeiro a maio deste ano. “Para os próximos cinco meses, a partir de maio, a expectativa é que o setor avance em função do início da safra de cana-de-açúcar. O setor opera em uma importante cadeia de produção que emprega e potencializa outros setores relacionados. Entretanto, apesar da sua importância, opera no regime de sazonalidade. Quando termina a safra ocorrem desligamentos de trabalho com desaceleração das atividades”, pontuou.

Em Campos|Indústria foi responsável por 9% dos empregos (Foto: Silvana Rust)

Os setores que se destacaram com contribuição positiva em abril, com base no mesmo mês do ano anterior, foram: fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias com crescimento de 54,2%; fabricação de produtos químicos com crescimento de 36,3%; fabricação de equipamentos de transporte, com crescimento de 34,6%; manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos com crescimento de 16,7%; fabricação de produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos com crescimento de 13,3%; fabricação de bebidas com crescimento de 9,9%; fabricação de coque, de produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis com crescimento de 2,6% e fabricação de produtos alimentícios com crescimento de 1,9% no período.

Para o governador Cláudio Castro o desempenho da produção industrial fluminense é um indicador importante do cenário econômico do estado. “O setor tem expressivo peso na balança comercial que, no Rio de Janeiro, já acumula um superávit de US$ 7,5 bilhões este ano. Também exerce papel relevante na arrecadação tributária e em investimentos, e se destaca como um dos principais setores de atividade econômica que mais geram empregos e renda para a população”, afirmou o governador.

A secretária estadual interina de Desenvolvimento Econômico, Indústria, Comércio e Serviços, Fernanda Curdi, destacou que este é o quinto resultado positivo do setor no ano. “Em janeiro, a produção industrial fluminense cresceu 6,3%; em fevereiro, 8,6%; em março, 3,1%; e, em abril, 4,4%. O resultado em maio ficou ainda bem acima da média nacional, que recuou 1%”, disse a secretária.

Rio de Janeiro à frente do Brasil na produção industrial
Em contrapartida ao crescimento da produção industrial do estado do Rio, o cenário brasileiro não está tendo a mesma sorte. Em julho, houve uma queda na produção industrial brasileira pelo segundo mês seguido (-0,9%).

A Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) informou que considera que isso reforça a urgência de medidas fiscais para reverter o quadro e impulsionar o setor. A Firjan acredita ainda que, além da tragédia no Rio Grande do Sul, o resultado negativo da indústria brasileira reflete os juros ainda elevados, que limitam a confiança dos empresários.