Mais de 100 dias após ficar quase que totalmente submersa por uma enchente, que pegou de surpresa todos os seus moradores, o distrito de Santo Eduardo, no Norte do município de Campos, ainda não tem cicatriz da tragédia – muitos perderam tudo o que tinham -, exatamente porque ainda vive a ferida aberta.
A reportagem do J3 News esteve no distrito 110 após as chuvas e, embora o dia fosse de céu azul sem nuvens, a impressão era de que Santo Eduardo permanecia alagada em um misto de lágrimas e mágoas. As ruas que acumulavam o barro trazido pelas chuvas só foram lavadas na última quarta-feira (10).
Muitas famílias que tiveram suas casas destruídas estão vivendo sob um teto alugado custeando as despesas, já que o aluguel social ainda não foi liberado para todo mundo.
O caso de Santo Eduardo deve servir de laboratório para elaboração de protocolos a serem usados pela Defesa Civil no primeiro momento, para salvar vidas, e pelo poder público para recuperar o que foi perdido.
Não foi uma chuva qualquer. A enchente começou no curso da noite e muitos foram acordados com a casa já invadida pela água. Hoje muitos dormem sob efeitos de remédios.
O que aconteceu em Santo Eduardo poderá se repetir em qualquer outra parte do município. Então, não é só deixar as águas e a poeira baixarem. Temos que tirar lições práticas do ocorrido e, na prática, isso não tem acontecido.
É bom lembrar que o distrito, mesmo com nome de santo e vizinho de um estado que se chama Espírito Santo, não pode ficar a mercê um milagre.
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