O professor de História e pesquisador itaperunense Vinicius Couzzi Mérida iniciou uma vaquinha virtual para financiar a publicação do livro “Dom Antônio de Castro Mayer: o principal opositor ao Concílio Vaticano II no Brasil”. O objetivo é levantar R$ 8,2 mil.
A obra aborda a trajetória do bispo emérito da diocese de Campos, sua posição crítica às reformas promovidas pelo Concílio Vaticano II e seu papel, junto a figuras como o arcebispo francês dom Marcel Lefebvre, na cisão entre grupos tradicionalistas e progressistas da Igreja Católica que resultaram na fundação, em 2002, da Administração Apostólica Pessoal São João Maria Vianney.
Com mais de 400 páginas, o livro é resultado da tese de doutoramento de Mérida em Ciências da Religião pela Pontifícia Universidade Católica (PUC) de Minas Gerais (2018-2022), em cotutela com L’Université Laval no Canadá (Ulaval), que será defendida no próximo mês de outubro, e se baseia em fontes primárias e secundárias obtidas no Brasil, na Itália, na Suíça e no Canadá.
O trabalho é dividido em quatro partes, que abordam: 1) a biografia de dom Antônio de Castro Mayer antes, durante e após o Concílio Vaticano II ; 2) a atuação de Castro Mayer durante o Concílio Vaticano II; 3) o pós-cílio de Castro Mayer em Campos (1966-1981): a diocese se isola da Santa Sé e da CNBB porque o bispo entende que a Igreja está caminhando por um roteiro revolucionário e modernista; e 4) a crise diocesana, com a chegada de dom Carlos Alberto Navarro, e a divisão no clero e no laicato, exonerações dos padres, excomunhão de Castro Mayer e a criação da Administração Apostólica Pessoal São João Maria Vianney.
“Dom Antônio de Castro Mayer, em Campos, participa do maior cisma que acontece dentro do catolicismo romano na segunda metade do século XX no mundo inteiro, ao aliar-se ao arcebispo Lefebvre, em Écône, na Suíça, o que os torna os principais nomes do conservadorismo católico mundial naquele período. O legado de dom Antônio é a criação de uma igreja paralela. Passa a existir, em Campos, a igreja oficial conciliar, que aderiu ao Concílio Vaticano II, e uma igreja tradicionalista, que o recusa, mesmo que isso represente uma desobediência ao Papa. A diocese, então, passa a contar com um bispo conciliar e um tradicionalista, um clero conciliar e um tradicionalista, leigos conciliares e tradicionalistas, o que a torna singular no mundo. E isso se deve ao episcopado do bispo Antônio de Castro Mayer”, resume Mérida.
Quem desejar colaborar com a publicação do livro “Dom Antônio de Castro Mayer: o principal opositor ao Concílio Vaticano II no Brasil” pode acessar a vaquinha virtual AQUI.