Comerciantes usaram seus carros particulares para fecharem a rua Alvarenga Filho, na Pelinca, em protesto contra sujeira causada pelo recapeamento asfáltico iniciado na manhã desta terça-feira (12) pela Prefeitura de Campos. De acordo com Filipe Aragão Viana, proprietário de uma padaria localizada em frente ao trecho que passa por intervenção, a obra é aguardada desde que o asfalto antigo foi retirado, mas o trabalho em horário comercial causa transtornos. No momento da publicação desta reportagem os veículos já haviam sido retirados do local.
Prolongamento da rua Saldanha Marinho, a rua Alvarenga Filho foi parcialmente interditada no trecho entre as ruas Barão de Miracema e Voluntários da Pátria. Na manhã desta terça, o tráfego acontece em apenas uma faixa no local, o que causa lentidão no trânsito em vias próximas, como a avenida José Alves de Azevedo (Beira-valão) e a rua Tenente Coronel Cardoso (Formosa).
Filipe afirma que os comerciantes do entorno não foram comunicados pela Prefeitura sobre o horário da obra e que a poeira levantada pelas máquinas e homens impede o funcionamento dos estabelecimentos, especialmente aqueles que, como ele, atuam no comércio de alimentos.
“A equipe chegou por volta das 7h30 e simplesmente fechou a rua, sem nenhum aviso. Quando começou a levantar poeira em frente da loja, fui falar com o encarregado e ele disse que só cumpre ordens. Trabalho com alimento, não posso ficar aberto com poeira entrando na padaria. Aí, puxei meu carro, botei em frente à loja e disse: ‘aqui vocês não vão fazer'”, conta.
O proprietário de uma loja de cosméticos vizinha à padaria chegou minutos depois e aderiu à manifestação. Agentes da Guarda Civil Municipal (GCM) estiveram no local, conversaram com os comerciantes e acordaram a liberação da pista.
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Filipe afirma que o objetivo do ato foi protestar não contra a obra, mas contra o horário escolhido pela Prefeitura para executá-la.
“Estamos esperando há dois meses por essa obra. Podiam ter feito à noite ou no domingo. Mas, aparentemente não querem pagar hora extra e adicional noturno. Ou querem mostrar que está acontecendo. Mas, obra não é para ser vista, é para ser sentida. Quero sentir a melhoria na minha cidade”, opina.
A farmacêutica Aquila Cavalares, que atua em uma farmácia localizada no trecho da rua Alvarenga Filho afetado pela obra, faz coro.
“Não acho que é o melhor momento para fazer a obra, por mais que tenha começado de manhã cedo, vai até o final do dia. Isso atrapalha o andamento do trânsito, sem contar a poeira causada pelas máquinas que prejudica quem está trabalhando”.
Em nota, a Prefeitura informou que “a Secretaria de Obras e Infraestrutura esclarece que o local, onde estão sendo realizadas as obras, é uma área predominantemente residencial, com poucos estabelecimentos comerciais em volta, por isso a decisão de se fazer os serviços durante o dia e não prejudicar os moradores com o barulho de máquinas durante a madrugada. A pasta acrescenta que a intervenção vai durar apenas o dia de hoje”.