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Primeiro filme da saga 007 completa 60 anos

‘007 contra o Satânico Dr. No’ estreia em 1962 e dá início à série de espionagem mais famosa da história do cinema

Guilherme Belido Escreve
Por Guilherme Belido
4 de julho de 2022 - 16h01

Quando o agente secreto James Bond surgiu no cinema, nem de longe se imaginava que o espião britânico a serviço de sua majestade faria tamanho sucesso. Tampouco que renderia 25 filmes ao longo de 60 anos e se tornaria um fenômeno mundial de bilheteria. Mais ainda, que o personagem-fictício 007 seria um dos mais influentes entre todas as produções cinematográficas do gênero.

Nas telas, tudo começou com “O satânico Dr. No”, em 1962. Um filme interessante, de excelente roteiro, que deve ser analisado sob a ótica de seu tempo, levando em conta a limitação tecnológica da época. Contudo, mesmo hoje, agrada o grande público pela trama convincente e belas paisagens – foi filmado na Jamaica.
É reconhecido, ainda, pela participação da então jovem atriz Ursula Andress, que encantou o público com a clássica imagem que se tornaria icônica por gerações: a cena em que sai do mar, lindíssima, com um biquíni branco. Até hoje, Andress é considerada a Bond-girl de maior sucesso.  

‘Moscou contra 007’ – Na sequência do sucesso entusiástico de “Dr. No”, logo no ano seguinte viria ‘Moscou Contra 007’ (‘From Russia with Love’), um marco de sofisticação, técnica e roteiro, sinalizando que 007, o agente do MI-6 “com licença para matar” viria para ficar. 

O espetacular triunfo de ‘From Russia’ – acima das expectativas –, mostrou que a saga do espião seguiria adiante. O filme marcou época, cabendo destacar a participação de Robert Shaw (‘Golpe de Mestre’, ‘O Sequestro do Metrô’ e ‘Tubarão’), que na pele do vilão Red Grant, da organização criminosa Spectre, contribuiu sobremaneira para o sucesso da produção. 

“Moscou”, juntamente com “Goldfinger” (1964), são considerados os principais clássicos dos primeiros filmes da franquia, consagrando o inglês Sean Connery como o espião 007 e imortalizando a frase com que se apresentava: – Meu nome é Bond, James Bond.   

Filmes da franquia e todos os 007 

Sean Connery, além dos mencionados ‘Dr. No’, ‘Moscou’ e Goldfinger’, faria outras três: ‘007 contra a Chantagem Atômica’, ‘Com 007 só se vive duas vezes’ e ‘Os Diamantes são Eternos’. Não são poucos os críticos que consideram Connery como o que melhor encarnou o espírito do agente secreto. 

Em 1969, ‘007 a Serviço de Sua Majestade’, apesar do ótimo título, foi um fiasco. O filme decepcionou e George Lazenby, como Bond, não aprovou. Tampouco retornou. 

Roger Moore – De 1973 a 1985, o também inglês Roger Moore seria James Bond em 7 aventuras do agente secreto: ‘Viva e Deixe Morrer’, ‘007 contra o Homem da Pistola Dourada’, ‘007 – O Espião que me Amava’, ‘Contra o Foguete da Morte’, ‘Somente para seus Olhos’, ‘007 contra Octopussy’ e ‘Na mira dos Assassinos’. 

Timothy e Pierce – Boa parte do público defende que Timothy Dalton não teve o devido reconhecimento na pele de 007, particularmente por sua interpretação em ‘Licença para Matar’ – filme de excelente qualidade, com cenas eletrizantes, tais como a dos caminhões na perseguição ao mafioso Sanchez. Dalton também fez ‘Marcado para Morrer’, contudo sem o mesmo brilho. 

Depois, foi a vez de Pierce Brosnan, protagonista de 4 aventuras: ‘007 contra GondenEye’, ‘O Amanhã Nunca Morre’, ‘O Mundo não é o bastante’ e ‘Um novo Dia para Morrer’. 

Vale ressaltar que no período Brosnan a série passou a contar com tecnologia de ponta, o que elevou o nível das produções. Dos 4 filmes, merece destaque ‘O Amanhã nunca Morre’, trailer que inclui a agente especial chinesa Wai Lin, com quem Bond trava velada disputa.  

A era Craig – Em 2006 o bastão foi passado para Daniel Craig, que fez ‘Cassino Royale’ e, em 2008, ‘Quantum of Solace’. ‘Cassino’ está entre os 10 melhores de toda a franquia e disparado – segundo uma fatia da crítica – o melhor de Craig. Já ‘Quantum’ é o pior. Depois vieram ‘Operação Skyfall’, ‘007 contra Spectre’ e, lançado ano passado, ‘007 Sem Tempo para Morrer’. 

Aficionados da ‘Sétima Arte’ alertam que a partir de Craig o personagem Bond perdeu parte de sua essência: o agente secreto charmoso, bem humorado, que não usava de força bruta. Não raro, saia das brigas sem folgar o laço da gravata.  

‘Skyfall’ seria um exemplo dessa ‘distorção’, em que os traços de sofisticação foram substituídos pela truculência, no estilo ‘Duro de Matar’, ‘Carga Explosiva’ e outros. De toda sorte, Daniel Craig encerrou sua partição na franquia com saldo positivo. 

‘Sem Tempo para Morrer’ vem dividindo opiniões. Para uns, o mais recente filme da série difere de todos os outros, com aspectos favoráveis e desfavoráveis. Seria uma despedida exótica para Craig, mas que acaba se confundindo com a saga do agente secreto. Com 2 horas e 40 minutos, é relativamente cansativo.  

Seja como for, irá definir qual caminho James Bond vai tomar. Se no sentido de reconquistar o estilo que lhe deu fama e prestígio incomuns, ou trilhar outras direções.