O desembargador Jesuíno Rissato, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), negou um pedido de habeas corpus para o empresário Glaidson Acácio dos Santos. Ele foi preso em 25 de agosto, na Operação Kryptos, suspeito de chefiar um esquema ilegal de criptomoedas que movimentou “cifras bilionárias”.
Na decisão, o desembargador apontou indícios de movimentações financeiras atípicas que chegariam a bilhões de reais, valores que estariam sendo remetidos ao exterior — uma possível forma de ocultar o patrimônio investigado. Rossato também considerou o potencial risco de fuga dos investigados e a possibilidade de lesão irreversível aos investidores.
A defesa de Glaidson tinha entrado com o pedido de habeas corpus no Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2). A liminar foi negada, mas não houve ainda o julgamento de mérito.
Ao renovar o pedido no STJ, a defesa do empresário questionou a competência da Justiça Federal para o caso e alegou que o mercado de criptomoedas não integra o Sistema Financeiro Nacional. Desta forma, Glaidson não poderia ser acusado de ter praticado crime algum.
Sem entrar no mérito das alegações da defesa, o desembargador destacou que a jurisprudência do STJ não admite a utilização do habeas corpus para questionar decisão de relator que negou a liminar no tribunal de origem.
As investigações da PF apontam a suspeita de prática de crimes contra o sistema financeiro, organização criminosa e lavagem dinheiro.
Em uma outra investigação realizada Policia Civil do RJ, Glaidson é suspeito de praticar crimes contra a economia popular, que é explorar o esquema de pirâmide e lavagem de dinheiro.
Glaidson está preso no sistema penitenciário de Gericinó, na Zona Oeste do Rio. Sua mulher, Mirelis Zerpa está foragida.