Nesse mesmo período do ano passado, ninguém poderia imaginar o que o mundo estaria vivendo hoje. Um vírus novo, altamente infectante, circulando e mudando a rotina de todos. Não passava pela cabeça a suspensão das atividades e o isolamento social. Porém, além disso, existem famílias que planejavam a chegada de um filho e sequer imaginavam a situação atual. Afinal, qual é a sensação de estar grávida e ter um bebê no momento em que vivemos hoje? E quais são os cuidados necessários que as gestantes devem tomar neste período totalmente atípico? Pensando nisso, em Campos, a Maternidade Lilia Neves, do Grupo IMNE, adotou diversos protocolos de segurança para as mães e recém-nascidos desde o atendimento, no pré-natal, até a hora do parto.
Para a arquiteta Paula Bernardo, a sensação na verdade é um misto de medo, incerteza e preocupação. A descoberta da chegada de Helena, nos próximos dias, aconteceu em dezembro. Época em que ninguém imaginava o cenário atual. “Com a pandemia, veio a preocupação. Ninguém planejaria uma gravidez assim. Tive medo de pegar o vírus. Desde o início, a médica que me acompanha me passou algumas recomendações, como isolamento social, cuidado com a higiene, entre outros. Porém, a preocupação com a grávida é sempre maior para que não tenhamos surpresas. Agora, não sabemos bem como serão as coisas quando esse bebê chegar. Um receio de como tudo vai acontecer, mas eu e minha família estamos lidando bem, na medida do possível”, conta.
Protocolos de segurança
A chegada de Helena será na Maternidade Lilia Neves, do Grupo IMNE. Na unidade, toda uma estrutura foi planejada para oferecer conforto e segurança às pacientes e aos bebês. Para isso, o diretor técnico, Dr. Fernando Azevedo, explica que algumas condições foram alteradas, como as visitas aos recém-nascidos e a quantidade de pessoas circulando pelo espaço.
“Existe uma legislação no Brasil em que todas têm direito a escolher um acompanhante. Uma pessoa que ela queira e de confiança. Sabemos que existem também as visitas. Mas, nesse período de pandemia, houve uma restrição aqui na maternidade. A gravidez é um momento de celebração, porque a chegada do bebê é única, mas na pandemia todos esses cuidados têm que ser tomados. Ficou reduzido a um acompanhante, mas a legislação ampara o acompanhamento por doulas, aquela mulher que está ali para auxiliar, intensificar e estimular o parto normal”, ressalta.
Os protocolos da maternidade estabelecem que o acompanhante seja de livre escolha da mulher e está liberado um regime de revezamento entre duas pessoas fixas, em caso de necessidade em que o primeiro acompanhante não possa ficar por muito tempo. Segundo a gerente da maternidade, Rachel Azevedo, todos os protocolos são informados à família.
“Hoje, na pandemia, a instituição ficou extremamente preocupada com a idade desses acompanhantes. Solicitamos pessoas com menos de 60 anos e que não apresentem comorbidades, justamente por causa do risco. Tudo tem que ser informado e a gestante assina um termo. Em relação à doula, deve-se avisar previamente para que se faça um cadastro da profissional. Elas precisam ter feito um curso específico para ter a segurança, então tem que ter a certificação. A unidade não oferece esse serviço. É uma sugestão da paciente, então, a presença dela é permitida”, comenta.
Covid-19
O médico ginecologista e obstetra também frisa que todas as mulheres grávidas que agendaram parto na maternidade também devem fazer a testagem para a Covid-19 antes. “A obstetrícia é considerada uma especialidade de urgência e emergência. O Grupo IMNE também estabeleceu medidas em relação à Covid-19 e a pacientes que fazem a testagem. Uma proteção não só para ela, para o bebê, mas também para os colaboradores. Em caso positivo, redobramos os cuidados. Temos quartos separados e toda uma estrutura. As precauções são intensificadas. Além disso, para evitar o contágio, o tempo de uma consulta para a outra aumentou, justamente para evitar que várias pessoas aguardem na sala de espera. E recomendamos que o acompanhante da gestante espere do lado de fora do consultório. Porque já teremos o médico, a enfermeira e a própria paciente, são três pessoas. Então, fazemos esse pedido”, detalha.
A equipe multidisciplinar da maternidade também redobrou a atenção com a proteção. Todos os profissionais utilizam todos os equipamentos necessários. E os bebês também. Eles saem da unidade com uma face shield especial. Mais um protocolo de cuidado adotado pela instituição. “A ideia surgiu de uma foto que nossa equipe viu de um bebê na China e resolvemos adaptar. Fizemos uma parceria com uma profissional que faz a confecção e todos saem daqui com a proteção, são protegidos com amor. Deu super certo!”, revela a gerente Rachel.
Fotografia
Os protocolos da instituição também envolvem a fotografia do parto. Com a pandemia, estes serviços foram proibidos, mas aos poucos voltaram a acontecer a partir do cumprimento de medidas importantes. Em razão de mais uma vez evitar o trânsito de pessoas dentro do ambiente hospitalar, hoje, a Maternidade Lilia Neves oferece a opção de fotos profissionais, a critério da família, com uma fotógrafa parceira, que possui certificação para realização de fotografias em salas de partos e que adequou a todos os protocolos da unidade, fazendo a testagem regular para a Covid-19. Segundo a instituição, foi pensada nesta opção, pois a profissional, que também tem formação na área da saúde, utiliza todos os equipamentos de proteção, além de arcar com os custos de EPIs que são necessários para entrar no centro cirúrgico, a partir do momento em que ela é contratada pela gestante para fotografar um parto.
“Nós somos uma empresa particular e adotamos as medidas necessárias. É uma preocupação nossa. Não é uma obrigação, mas foi uma opção pensando na gestante, com uma profissional que a gente tem a certeza da conduta dela, tanto na apresentação de certificados, documentos e os testes realizados. Somos profissionais sérios que nos preocupamos com as vidas da mãe e do bebê”, informa a maternidade.