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Porto do Açu terá aeroporto

Servirá como base para operações de helicoptero e também para pousos e decolagem de grandes aviões cargueiros como o de Cabo Frio

Negócios
Por Redação
7 de janeiro de 2019 - 0h01

Vista de parte do Porto do Açu (Foto: Divulgação)

Único complexo portuário 100% privado do Brasil, o Porto do Açu, em São João da Barra, deve começar, ainda neste início de ano, a construção de um heliporto, com estrutura semelhante à de um aeroporto, com 20 posições para o estacionamento de aeronaves. O contrato para viabilizar o projeto foi assinado no final de 2018 com o Grupo Aeropart, que administra o Aeroporto Internacional de Cabo Frio. O heliporto também fará embarque e desembarque de trabalhadores das plataformas de produção de petróleo localizadas na Bacia de Campos.

A expectativa é de que alguns contratos que estão no aeroporto de Cabo Frio passem para São João da Barra. As operações estão previstas para 2020. Devem ser gerados 150 empregos na fase de construção do heliporto e cerca de 240 durante a operação.

A assessoria da empresa responsável pelo heliporto informou que o projeto está em fase de licenciamento ambiental e a previsão é de que as obras sejam concluídas em dezembro de 2019.

Complexo

O complexo entrou em operação em 2014 e, atualmente, 12 empresas já estão instaladas no Porto do Açu. Outras 15 — entre elas Petrobras, Shell e Gerdau — utilizam a infraestrutura do local.

Além da infraestrutura, o Porto do Açu destaca a localização como uma de suas maiores vantagens: implantado na região Sudeste, que concentra 53, 2% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. Com isso, as empresas estão a cerca de 100 km da Bacia de Campos; a 284 km de Vitória (ES), a 319 km da cidade do Rio de Janeiro e a 649 km de Santos (SP).

O empreendimento, que já emprega cerca de 6.000 pessoas, tem capacidade de movimentar 26,5 milhões de toneladas de minério de ferro por ano e detém o recorde de maior base de apoio offshore do mundo, com 15 berços. Os números astronômicos do complexo vão além e já contemplam nove terminais: o de minério de ferro, de petróleo, de combustíveis marítimos, multicargas, entre outros.

A Prumo Logística, empresa responsável pelo desenvolvimento do Complexo Portuário do Açu, informou que o modelo operacional do empreendimento é de baixo custo, porém eficiente, o que garante alta produtividade nos segmentos da indústria naval, indústria do petróleo, gás natural e energia.

“Novos caminhos se abrem para o Porto do Açu, um dos maiores empreendimentos do país. Caminhos que unem eficiência operacional a infraestrutura completa, que agregam soluções para gargalos na indústria de óleo e gás”, afirmou a responsável pelo complexo.

Diferenciais que chamam a atenção

São vários os diferenciais do Complexo Portuário que têm chamado a atenção dos investidores. O porto é o único no país apto a realizar operações de transbordo com navios de classe VLCC.

Com 17km lineares de acesso ao mar e profundidade de até 25m, o Complexo do Açu é o primeiro no Brasil a operar com Controle de Tráfego Marinho – Vessel Traffic Service (VTS). O sistema permite o monitoramento de embarcações, em tempo real, para possibilitar a gestão segura e eficaz do tráfego na área marítima selecionada, incluindo o posicionamento das embarcações quanto à identificação imediata de incidentes que possam gerar riscos para as tripulações e ao meio ambiente.

Um Porto de recordes

Dentro do complexo portuário também está prevista a instalação o maior parque termelétrico da América Latina. Ano passado, o Porto do Açu assinou contrato com a GNA (Gás Natural Açu), que conta com as empresas Siemens, BP e Prumo Logística como parceiras. O negócio consiste em um contrato de aluguel de área para a construção de termelétricas e de um terminal de regaseificação de GNL. O investimento é de mais de R$ 7 bilhões.

A 1ª fase do acordo prevê o aluguel de 805 mil m², pelo período de 23 anos, renováveis por mais 25 anos, para a instalação das duas termelétricas que terão capacidade total de 3GW. De acordo com o contrato, a primeira térmica terá área de 378 mil m², com uma opção de expansão em 426 mil m² para implantar a segunda unidade. Além disso, o acordo também inclui o uso da Molhe Norte do Terminal 2 do Porto do Açu para o desenvolvimento de um terminal de regaseificação de GNL, com capacidade inicial suficiente para atender às demandas de fornecimento de gás natural das usinas termelétricas.

A 2ª fase prevê até três termelétricas adicionais, alinhadas com a capacidade de geração de energia licenciada pela GNA, de 6,4GW, e que permite o desenvolvimento de projetos termelétricos adicionais no futuro.

“Esse projeto inédito vai desenvolver no Porto do Açu o maior parque termelétrico da América Latina, gerando 3GW de energia. Ele reafirma a posição de destaque do Porto do Açu e o forte compromisso a longo prazo”, comentou Bernardo Perseke, CEO da GNA.

Para o futuro

No Porto do Açu há expectativa de instalação da indústria química, petroquímica, automobilística, offshore, metalmecânica, base de armazenagem de cargas líquidas, estaleiros, base de tratamento de petróleo, plantas termelétricas, parque logístico, terminal de reparos e outros.

Faz parte do projeto um condomínio logístico, com oferta de pátios e galpões modulares, além de espaços para projetos built-to-suit, com serviços compartilhados e opções de serviços pay-per-use. Há planos para estabelecimento de um hotel com a incorporadora InterRio.