

A relação de intimidade entre o presidente da Alerj afastado, Rodrigo Bacellar, e o desembargador federal preso nesta terça-feira (16), Macário Ramos Júdice Neto, chamou atenção da Polícia Federal (PF) durante as investigações que motivaram a deflagração da Operação Unha e Carne 2. A PF encontrou várias conversas entre os dois, em um dos aprelhos celulares apreendidos no carro oficial que era usado por Bacellar quando ele foi preso.
O relatório da PF aponta para uma relação de afeto e carinho entre o político campista e o desembargador do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2).
Em uma das conversas, dois meses atrás, Macário envia “Te amo” a Bacellar. O deputado responde de volta com “Deus te abençoe irmão. Sou teu fã”. Já em um diálogo no mês passado, Bacellar diz, “Vc é irmão de vida… Vc eu levo pro caixão meu irmão nunca duvide disso”. Em seguida, Macário agradece e diz, “Obg pela confiança”.
Macário Júdice Neto foi preso suspeito de ter ajudado Bacellar a vazar para TH Joias a operação que prendeu o então deputado estadual. “Registra desde logo, que Sua Excelência o Ministro Alexandre de Moraes foi induzido a erro ao determinar a medida extrema. Ressalta, ainda, que não foi disponibilizada cópia da decisão que decretou sua prisão, obstando o pleno exercício do contraditório e da ampla defesa. A defesa apresentará os devidos esclarecimentos nos autos e requererá a sua imediata soltura”, disse em nota a defesa de Macário.
Passado de Macário
O desembargador federal era o próprio relator do caso. Macário já ficou 18 anos afastado do cargo, após o Superior Tribunal de Justiça abriu um processo criminal contra ele para apurar participação em um esquema de fraudes em sentenças judiciais.
Pouco mais de 10 anos depois, o plenário do TRF-2 decretou a aposentadoria compulsória de Macário, acusado de envolvimento na máfia dos caça-níqueis no Espírito Santo. A decisão, no entanto, acabou revogada pelo Conselho Nacional de Justiça.
Com informações do G1