

O governo federal criou um novo mecanismo para que empresas estatais federais não dependentes — aquelas que possuem receitas próprias — possam enfrentar momentos de crise sem serem automaticamente classificadas como dependentes do Tesouro Nacional. A mudança foi formalizada em decreto publicado nesta terça-feira (9), em edição extraordinária do Diário Oficial da União, e ocorre em meio à delicada situação financeira dos Correios.
A norma altera regras sobre a transição entre estatais dependentes e não dependentes e foi elaborada pela Comissão Interministerial de Governança Corporativa e de Administração de Participações Societárias da União (CGPAR), formada por ministros ligados à área econômica.
O que muda
O decreto introduz o artigo 18-A, que autoriza estatais não dependentes que enfrentem dificuldades operacionais a apresentar um plano de reequilíbrio econômico-financeiro. Esse plano poderá incluir pedidos de aportes da União, desde que pontuais, para ajudar a restabelecer o equilíbrio das contas.
Segundo o Ministério da Fazenda, o objetivo é oferecer uma rota estruturada para enfrentar crises conjunturais, evitando que empresas sejam reclassificadas como dependentes — o que exigiria repasses contínuos do Tesouro.
Regras e etapas de aprovação
Para ser aprovado, o plano deve apresentar medidas concretas de ajuste nas receitas e despesas, garantindo a recuperação financeira e a manutenção do status de não dependência. O processo de análise envolve várias etapas:
Uma vez aprovado, o plano será acompanhado semestralmente, com monitoramento do cumprimento das metas e do cronograma de execução.
Como era antes
Anteriormente, apenas estatais não dependentes que tivessem recebido aportes pontuais para custeio podiam elaborar um plano de reequilíbrio. Com o novo decreto, qualquer estatal em dificuldade operacional poderá apresentar um projeto prevendo aportes futuros — desde que não se transformem em subsídios permanentes.
O governo afirma que a atualização reforça a responsabilidade fiscal, aprimora a gestão de riscos e traz mais previsibilidade à administração das empresas estatais.
Com informações da Agência Brasil