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Voto pró-Bacellar coloca Carla Machado sob pressão no PT

Petistas falam em sanções após voto de Carla Machado por Rodrigo Bacellar

Política
Por Leonardo Pedrosa
9 de dezembro de 2025 - 13h55
Foto: Reprodução

A repercussão do voto da deputada estadual Carla Machado (PT) pela revogação da prisão do presidente da Alerj, Rodrigo Bacellar (União Brasil), gerou reação dentro do próprio partido. Embora a posição da parlamentar tenha surpreendido parte dos filiados, uma fonte ligada à direção petista em Campos afirmou ao J3News que, internamente, o movimento já era esperado. Mas não impediu um novo desgaste.

Carla foi a única deputada do PT a votar “sim” na sessão dessa segunda-feira (8), contrariando a orientação da legenda, que havia fechado posição pela manutenção da prisão. Foram cinco votos “não” e apenas o dela a favor da soltura. Ex-prefeita de São João da Barra por quatro mandatos, ela mantém aliança política com Bacellar no Norte Fluminense e, na última eleição municipal, não apoiou o candidato petista à Prefeitura de Campos.

Nos bastidores, a reação ao voto atingiu o partido em nível nacional. “A discussão sobre o voto da deputada Carla foi muito nacionalizado, a indignação ultrapassou os limites regionais. Localmente, aqui em Campos e região, embora tenham havido sim discussões em grupos do partido e muitas discordâncias sobre o voto, ele já era esperado, considerando o histórico de relação entre Carla e Rodrigo”, disse a fonte.

Mesmo assim, o incômodo interno não se resumiu ao voto desta segunda-feira. “O principal problema não é, em si, votar a favor de Bacellar. Isso já era esperado. O que pesa é o fato de ela, reiteradamente, não seguir deliberações do partido”, afirmou. Como exemplso, seria o voto a favor da entrega da Medalha Tiradentes a Michelle Bolsonaro e o apoio, em 2024, à candidatura de Madeleine Faria (União Brasil), mesmo com o PT tendo lançado Professor Jefferson .

“Não faz sentido continuar”

Para setores da militância, esses episódios vêm acumulando tensão. “Carla é importante para o PT, tem uma história enorme na região, mas precisa dialogar mais suas posições internamente para não perder apoio. As orientações e ideias do partido precisam ser respeitadas. Se não pretende seguir, não faz sentido continuar. Esse é o sentimento da maioria dos filiados”, afirma a fonte.

Já existem discussões internas sobre possíveis sanções ou até mesmo sobre uma eventual desfiliação da deputada, embora nenhum movimento oficial tenha sido iniciado. A expectativa agora recai sobre o presidente estadual do PT, Diego Zeidan, que ainda não se manifestou publicamente sobre o episódio.

O voto de Carla ocorreu em uma sessão que terminou com 42 votos pela revogação da prisão de Bacellar, 21 contrários e duas abstenções. Eram necessários 36 votos para derrubar a decisão do Supremo Tribunal Federal. Bacellar foi preso na última semana, acusado pela Polícia Federal de vazar informações sigilosas da Operação Zargun.