Mariana Lontra Costa – Presidente da OAB/Campos – A era digital, embora repleta de oportunidades, esconde perigos sutis que ameaçam a inocência de crianças e adolescentes. A violência digital é um problema grave e crescente que se manifesta de diversas formas, e não se limita a espaços públicos; ela invade o recanto mais íntimo, o próprio quarto, onde a falsa sensação de segurança pode ser a maior armadilha. É imperativo que pais e responsáveis compreendam a gravidade e a proximidade desses riscos.
Os perigos são multifacetados. O cyberbullying, com sua crueldade velada, pode corroer a autoestima e a saúde mental. O grooming é uma forma de aliciamento, uma manipulação perversa, explora a confiança para fins predatórios, enquanto a exposição inadequada a conteúdos nocivos ou a exigência de compartilhamento de imagens íntimas violam a privacidade e a dignidade. A vulnerabilidade de jovens é explorada por predadores que se camuflam na tela.
Alertas comportamentais são cruciais: mudanças bruscas de humor, isolamento, ansiedade, segredo excessivo sobre atividades online ou a posse de novos dispositivos podem ser sinais de que algo está errado. A criança ou adolescente pode estar sofrendo em silêncio, temendo julgamento ou represálias.
A proteção exige uma abordagem firme, carinhosa e proativa. A educação digital é a primeira linha de defesa, ensinando sobre privacidade, consentimento e os perigos da internet. O monitoramento responsável, sem invadir a confiança, e o diálogo aberto e constante são fundamentais. Criar um ambiente onde os filhos se sintam seguros para compartilhar suas experiências, medos e dúvidas é a base para a prevenção. A atenção e o amor dos pais são o escudo mais eficaz contra as sombras do mundo digital.
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