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Memória, luta e compromisso com transformação social em Campos

No Mês da Consciência Negra, a jornalista e ativista Cláudia Eleonora analisa ações e projetos na cidade e região

Comportamento
Por Ocinei Trindade
25 de novembro de 2025 - 9h22

Cláudia Eleonora é jornalista e integrante de projetos como Elevador Social (Reprodução/ Instagram)

No Mês da Consciência Negra, a jornalista e ativista Claudia Eleonora destaca a importância de refletir sobre avanços, desafios e caminhos para a redução das desigualdades raciais no Brasil. Para ela, a data de 20 de novembro ultrapassa a dimensão comemorativa e representa um marco histórico de resistência, identidade e construção de um futuro mais justo.

“Para mim, o Dia da Consciência Negra é uma data que carrega a potência da memória, da resistência e do compromisso com um futuro de transformação social mais igualitário, um futuro que ainda estamos construindo”, afirma.

Claudia Eleonora ressalta que o mês tem se tornado um período de visibilidade e fortalecimento de projetos que buscam ampliar oportunidades para a população negra. Entre eles, cita iniciativas como o Afroprotagonismo e o Elevador Social, desenvolvidas em Campos dos Goytacazes e voltadas para inserção profissional, formação, valorização intelectual e ocupação de espaços de liderança.

“O Elevador Social tem papel estratégico na mudança da estrutura social. O projeto é muito importante para promover essa transformação estrutural da sociedade que tanto esperamos. Eu, que já exerci cargo de liderança em uma empresa, reconheço a necessidade de ampliar oportunidades para a melhoria da qualidade de vida e para o desenvolvimento regional. Eu quero olhar para o lado e ver mais pessoas pretas em ambientes que ainda são restritos, não por falta de qualificação profissional, mas por falta de visão e de oportunidades”, destaca.

A jornalista reforça que 20 de novembro não deve ser encarado apenas como uma data simbólica, mas como um chamado à responsabilidade coletiva. Ela lembra que a luta por liberdade, equidade e representatividade segue ativa e precisa envolver toda a sociedade. “O dia 20 e o mês de novembro são períodos de reflexão, para negros e não negros, porque essa luta por liberdade ainda continua. É uma data onde a população negra reafirma a insistência em existir com dignidade, em ocupar os espaços de poder, em contar nossas próprias histórias e em reescrever o Brasil que queremos, mais justo e mais plural.”

Para Claudia Eleonora, o mês de novembro também deve servir de alerta. “Combater desigualdades é um dever que não se restringe a movimentos sociais ou lideranças negras, mas um compromisso que exige participação de todos. Uma reflexão importante para novembro é que o combate às desigualdades é um compromisso de todos. É uma luta que também é para formar”, conclui.