

Protagonismo coletivo e fortalecimento de trajetórias marcam o projeto Elevador Social, realizado no Mês da Consciência Negra, em Campos dos Goytacazes, no Centro de Convenções da Universiade Estadual do Norte Fluminense. Para um dos participantes, o arquiteto e urbanista Hyago Andrades, iniciativas como essa representam mais do que comemoração: são espaços de visibilidade, afirmação e construção de novas referências.
“Esse evento representou um espaço de visibilidade, de escuta e de valorização das nossas trajetórias enquanto profissionais negros”, afirmou o arquiteto. Ele destacou que ocupar cenários historicamente negados também significa ampliar caminhos. Segundo Hyago, o protagonismo buscado “não é só individual, é coletivo. É mostrar que pessoas pretas podem, sim, estar à frente de projetos, de escritórios, de marcas, e inspirar outras a acreditarem no próprio potencial”.
Ao comentar sua participação no projeto Elevador Social, Hyago Andrades define a experiência como um privilégio que traz responsabilidade. Ele explicou que a iniciativa está alinhada ao que considera fundamental: transformação social por meio do conhecimento, da arte e da cultura. “Espero que essa iniciativa continue abrindo portas, conectando talentos e mostrando que ascensão social e representatividade caminham juntas quando há oportunidade e propósito”, destacou.
Para Hyago Andrades, o Novembro Negro deve provocar reflexões que vão além da narrativa da dor. “A sociedade precisa compreender que diversidade não se limita ao calendário simbólico. A principal reflexão é que o Novembro Negro não é um mês pra falar só sobre dor, mas sobre potência. A pauta da diversidade deve ser permanente e pessoas negras devem aproveitar espaços como esse para fortalecer redes. Devemos enxergar esses espaços como oportunidades de apoiar uns aos outros e reafirmar o quanto nossa presença é necessária em todos os setores”.
Hyago mencionou a importância de garantir continuidade para que o protagonismo tenha efeito duradouro. “Não basta abrir uma porta, é preciso garantir que ela continue aberta pra quem vem depois. Ocupar espaços é mais do que celebrar conquistas: trata-se de assegurar permanência em posições de poder, em narrativas positivas e em oportunidades reais de crescimento”, conclui.