

O Estado do Rio de Janeiro abriga agora 207 etnias indígenas, segundo dados do Censo 2022, divulgados nesta sexta-feira (24) pelo IBGE. O número representa um crescimento de 27% em relação ao levantamento anterior, de 2010, quando foram registradas 163 etnias. Com esse resultado, o Rio passa a figurar entre os sete estados brasileiros com maior diversidade étnica indígena.
O estudo mostra também que o número de línguas indígenas faladas no estado aumentou de 42 para 74, refletindo a vitalidade cultural desses povos. A maioria pertence à etnia Guarani Mbya, que se concentra em Terras Indígenas de Paraty e Angra dos Reis.
A capital fluminense concentra a maior diversidade, com 176 etnias, seguida de Niterói (56), São Gonçalo (53), Duque de Caxias (52), Nova Iguaçu (34), Cabo Frio (30) e Campos dos Goytacazes (28). No total, o estado reúne 16.994 pessoas indígenas, das quais quase 32% declararam uma etnia e 38% não especificaram.
Entre as etnias mais representativas estão Guarani Mbya (653), Tupinambá (541), Guarani (460), Potiguara (440) e Pataxó (350). Nas Terras Indígenas Guarani Araponga e Parati-Mirim, em Paraty, e Guarani de Bracuí, em Angra dos Reis, vivem 539 Guarani Mbya, que mantêm viva sua língua e tradições. A taxa de alfabetização entre os Guarani Mbya de 15 anos ou mais é de 80,9%.
Em todo o país, o Censo identificou 391 etnias indígenas e 295 línguas faladas, com destaque para as etnias Tikúna, Kokama e Makuxí, as mais populosas. O levantamento revela que 1,7 milhão de pessoas indígenas vivem no Brasil, das quais quase 17 mil estão no Estado do Rio — a maioria em áreas urbanas.
Os novos dados reforçam a importância do Rio de Janeiro como um dos estados com maior diversidade cultural e linguística indígena do país, refletindo séculos de presença e resistência desses povos no território fluminense.
Com informações do IBGE