Um momento considerado histórico para a comunicação pública e para o ensino superior fluminense aconteceu em Campos dos Goytacazes, nesta sexta-feira (17). Foi inaugurada oficialmente a Rádio UENF FM 87,1 — a primeira emissora pública universitária do interior do estado do Rio de Janeiro. O evento reuniu autoridades federais, estaduais, dirigentes da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), reitores, professores, estudantes e locutores, marcando o início de uma nova fase de diálogo entre a universidade e a sociedade.
Uma solenidade marcou a inauguração oficial da Rádio UENF com apresentação do coral da instituição que cantou músicas brasileiras compostas por Lenine e Djavan. Em seguida, discursaram o diretor de Comunicação da UENF, Vitor Sendra; a gerente executiva da EBC, Lídia Neves; a reitora da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro, Rosana Rodrigues; e o representante do Governo Federal, André Ceciliano, secretário especial de Assuntos Parlamentares.
A reitora Rosana Rodrigues destacou o caráter transformador da iniciativa. “Estamos muito felizes aqui na universidade, inaugurando a primeira rádio pública universitária do estado na faixa FM. Isso representa a concretização do espaço da universidade junto à comunidade, especialmente na região Norte. O nosso sinal vai abranger diversos municípios, levando informações sobre ciência, educação e os trabalhos realizados na universidade”, afirmou.
Segundo ela, a rádio nasce como um canal de mão dupla entre o saber acadêmico e o cotidiano popular. “Queremos conhecer também as realidades das comunidades locais, promovendo uma troca de saberes e experiências. Este é um primeiro passo para avançarmos ainda mais nesse diálogo com a região Norte e Noroeste fluminense”, completou a reitora.
A inauguração faz parte do processo de expansão da Rede Nacional de Comunicação Pública de Rádio, coordenada pela EBC. A gerente executiva de rede da empresa, Lídia Neves, ressaltou o simbolismo da data. “Hoje é o dia da inauguração da rádio e também o Dia Nacional pela Democratização da Comunicação. É um passo muito importante: inaugurar a primeira emissora pública do interior do Rio de Janeiro e chegar a uma população de mais de 500 mil habitantes. Estamos muito felizes e satisfeitos com essa parceria”, disse.
Lídia lembrou que a nova rádio integra uma rede com base na Rádio Nacional, que em 2026 completará 90 anos. “A Rádio Nacional faz parte da história do nosso país e, de forma muito forte, da história do Rio de Janeiro. Ela marcou gerações, levando cultura, informação e conhecimento. Essa missão se alinha perfeitamente à da UENF, que produz conhecimento e gera oportunidades para a população. Agora, essa troca também acontece pelas ondas do rádio”, destacou.
A gerente da Rede Nacional de Comunicação Pública de Rádio, Luciana Couto, reforçou o alcance e o valor educativo da iniciativa. “Hoje a rede conta com 165 emissoras, e esta é a sexta inaugurada só neste ano. A Rádio UENF é a primeira pública universitária do interior do Rio. É um meio essencial, principalmente para a população do interior, que depende da rádio para se informar e se conectar com a cultura local. Ter uma emissora universitária levando o conhecimento produzido aqui é uma honra para a EBC”, afirmou.
O diretor de comunicação da UERJ, Ricardo Benevides, classificou a nova emissora como um marco no fortalecimento do ensino público fluminense. “É um gesto revolucionário. As universidades coirmãs agora têm a possibilidade de fazer a comunicação chegar à população de forma relevante, prestando serviço e ampliando o olhar sobre a realidade. Isso é admirável”, declarou. Ele destacou ainda o valor das parcerias entre as instituições públicas: “Vivemos os mesmos desafios, enfrentamos as mesmas dificuldades, mas também colhemos resultados juntos. Essa troca é muito rica e importante.”
Equipe de rádio e comunicação
Para o diretor de comunicação da UENF, Vitor Sendra, a emissora de rádio é fruto de um esforço iniciado ainda durante a pandemia. “Começamos o projeto em 2021, quando percebemos a necessidade de um contato mais direto com a sociedade, para mostrar o valor da ciência e da educação. Foi um processo rápido em termos de radiodifusão, que durou cerca de dois anos e se consolidou agora com a implantação da FM”, explicou.
Segundo ele, a Rádio UENF já nasce com um propósito claro. “Nosso compromisso é divulgar educação, ciência e cultura com uma linha de comunicação real e verdadeira. A rádio já nasce forte, com o peso do nome UENF, uma instituição consolidada em Campos e reconhecida nacionalmente pela produção científica. Educação, ciência e cultura em uma só sintonia — esse é o nosso slogan”, completou.
Entre os que dão voz à nova emissora está o estudante de Biologia Yago Mayer, que também atua como locutor. “Consigo conciliar perfeitamente os estudos e a rádio. Estudo à noite e participo das transmissões à tarde. É a minha primeira experiência no rádio e é completamente diferente de tudo o que já fiz. Exige técnica, rapidez e conhecimento. É assustador, mas do melhor jeito possível. Fazer parte desse projeto é eufórico”, contou o jovem, empolgado.
O locutor Gil de Souza, que já atuava na fase de web rádio da UENF, também celebrou o novo momento. “Estou aqui há pouco mais de um ano e tenho a alegria de participar dessa transição para a FM. Gosto muito de fazer parte do começo das coisas. Acredito que essa rádio vai abrir muitos caminhos e será um canal de transformação, não só para a universidade, mas para toda a região”, afirmou.
Parceria com Governo Federal
O secretário especial de Assuntos Parlamentares, André Ceciliano, destacou a importância da parceria entre o governo federal, a EBC e as universidades. “A EBC faz um trabalho belíssimo de comunicação pública, valorizando o ensino e levando conhecimento pelas ondas do rádio. Quando isso se regionaliza, potencializa a cultura e o saber local. O presidente Lula e nossa ministra estão muito felizes com essa iniciativa”, afirmou.
Ele lembrou o apoio histórico às universidades fluminenses. “Vivemos períodos difíceis entre 2016 e 2018, mas conseguimos, com o governo do Estado e a Assembleia Legislativa, manter as universidades abertas e funcionando. Ver hoje uma instituição pública inaugurando uma rádio é motivo de orgulho. O rádio continua sendo um instrumento fantástico de democratização da comunicação. A internet e a televisão vieram, mas o rádio está aí, cada vez mais forte e essencial.”, conclui.
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