Um barco pesqueiro que transportava dois tripulantes do Espírito Santo naufragou na praia do Açu, em São João da Barra, após uma série de episódios que começaram no último domingo (5) e envolveram tentativas de resgate, recusa de ajuda e uma perseguição marítima da Marinha do Brasil.
A embarcação ficou à deriva por dias após apresentar falhas na bateria e perder comunicação. A empresa Bram Offshore Transporte Marítimos avistou o barco cerca de 17 milhas a nordeste do Porto do Açu e tentou realizar o resgate. Os tripulantes receberam mantimentos, água e uma nova bateria, e o barco chegou a ser rebocado em direção ao porto. No entanto, um dos pescadores cortou o cabo de reboque e se recusou a continuar, fazendo com que o contato com a embarcação fosse perdido. O comando do navio informou que prática é considerada crime, devido a exposição da tripulação e a embarcação ao risco.
No dia seguinte, a Marinha foi acionada novamente, após um dos tripulantes pedir ajuda para o reboque. Uma equipe chegou a se deslocar até o ponto informado, mas não encontrou o barco devido às condições do mar. As buscas prosseguiram, e, na terça-feira (7), uma aeronave da Força Aérea Brasileira localizou a embarcação nas proximidades da praia do Açu. Quando a equipe marítima se aproximou, o mesmo tripulante que havia recusado o reboque voltou a resistir à abordagem, se jogou no mar e nadou em direção à praia. O outro pescador aceitou o resgate e foi encaminhado ao Porto do Açu, sendo depois levado à 145ª Delegacia de Polícia de São João da Barra para prestar depoimento.
O barco, que já apresentava infiltrações e falhas estruturais, naufragou parcialmente durante o processo de resgate e foi rebocado para a localidade de Gargaú, em São Francisco de Itabapoana. A Marinha informou que não foram observados indícios de poluição hídrica.
Na noite de quarta-feira (9), equipes da Marinha e da Polícia Militar voltaram a ser acionadas após nova tentativa de abordagem à embarcação, considerada irregular. De acordo com a PM, o comandante teria desobedecido à ordem de parada e se lançado ao mar ao perceber a aproximação dos agentes. Até o momento, ele não foi localizado, apesar das buscas feitas em toda a faixa litorânea entre o Açu e Farol de São Tomé, onde testemunhas relataram ter visto o homem.