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Polícia Civil investiga fraude de R$ 115 mil contra a Uber no Rio de Janeiro

Operação Rota Falsa aponta uso de inteligência artificial para criar perfis falsos e realizar quase 2 mil viagens irregulares

Estado do RJ
Por Redação
13 de agosto de 2025 - 9h56

Fotos manipuladas de motoristas para fraudar a plataforma Uber
(Reprodução TV Globo)

A Polícia Civil do Rio de Janeiro deflagrou, na manhã desta quarta-feira (13), a Operação Rota Falsa, que investiga um esquema de fraude contra a plataforma Uber, causando um prejuízo estimado em R$ 115 mil. A ação cumpre cinco mandados de busca e apreensão contra os suspeitos Pedro Pascoli Plata Souza e Yasmim Gusmão Soares.

De acordo com a Delegacia de Defraudações, o grupo criou cerca de 70 perfis falsos de motoristas e dezenas de contas de passageiros, utilizando recursos de inteligência artificial para burlar o sistema de verificação da empresa. As contas eram usadas para simular corridas que nunca foram pagas, mas que geravam repasse integral de valores aos “motoristas” cadastrados.

As investigações apontam que foram realizadas 1.922 viagens suspeitas, todas pagas inicialmente via Pix, mas com acréscimos de paradas que encareciam o trajeto. O valor extra não era quitado pelos “passageiros”, ficando pendente na conta, mas a Uber arcava com o montante e repassava ao motorista. A prática foi repetida até o abandono dos perfis devedores.

Do total de corridas, 1.125 foram canceladas, ainda assim gerando prejuízo à plataforma. As outras 797 foram concluídas, solicitadas por 484 contas de usuários — sendo 478 delas criadas a partir do mesmo endereço ligado a Pedro Pascoli. Já os motoristas fraudulentos tinham, em sua maioria, contas bancárias em nome de Yasmim Gusmão.

A polícia identificou que 69 das 73 contas de motoristas usadas no golpe fraudaram o reconhecimento facial exigido pela Uber, utilizando fotos manipuladas digitalmente para sobrepor imagens de outras pessoas ao rosto de um homem com tatuagens semelhantes às de Pascoli. Além disso, outras 85 contas de motoristas com dados bancários vinculados ao suspeito foram descobertas.

A Uber informou que colaborou com as investigações e procurou a polícia ao detectar as irregularidades. A Delegacia de Defraudações apura agora se há mais envolvidos no esquema.

Fonte: G1