Cerca de 500 famílias do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) ocuparam, na manhã desta quinta-feira (24), a Fazenda São Cristóvão, próxima ao distrito de Travessão, em Campos dos Goytacazes (RJ). A área pertence ao grupo Othon, dono das usinas Cupim e Barcelos, e está em processo de negociação para destinação à reforma agrária.
A ação integra a Jornada Nacional Camponesa, que reúne mobilizações em todo o país no mês de julho, com o lema “Para o Brasil alimentar, Reforma Agrária Popular!”. O objetivo é pressionar o Governo Federal para que retome as políticas de criação de assentamentos, crédito para produção de alimentos, fortalecimento da educação do campo e ampliação de políticas públicas voltadas às famílias assentadas e acampadas.
Segundo o movimento, Campos é um dos municípios fluminenses marcados por grandes propriedades improdutivas, herança do modelo latifundiário. O MST argumenta que terras de antigas usinas falidas, sem função social, devem ser destinadas à democratização do acesso à terra para milhares de famílias camponesas.
A organização também critica o que chama de “contrarreforma agrária”, apontando a concentração fundiária e ações de grupos como o Invasão Zero, que, segundo o MST, atuariam para proteger interesses do agronegócio e impedir a redistribuição de terras.
“A reforma agrária é uma política essencial para combater a fome, reduzir a pobreza e garantir a soberania alimentar no país”, afirma nota divulgada pelo MST.