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Esperança para a espécie: primata raro ameaçado de extinção é avistado em Quissamã

Segundo ICMBio, animal está classificado como vulnerável em nível nacional e atualmente enfrenta declínio populacional

Região
Por Redação
9 de julho de 2025 - 8h56
Foto: Divulgação

Um registro feito no município de Quissamã, no Norte do Estado, traz um sopro de esperança para a conservação da fauna no Rio. Uma família de bugios (Alouatta guariba clamitans), pai, mãe e filhote, foi flagrada em área de floresta, próxima à Rodovia RJ-196, pelo gestor do Parque Estadual da Lagoa do Açu. A espécie é ameaçada de extinção, e atualmente classificada como Vulnerável pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), quando há risco elevado de extinção em um futuro bem próximo, a menos que as circunstâncias que ameaçam a sua sobrevivência e reprodução melhorem.

O registro foi feito no último dia 29 de junho, quando o gestor do parque Samir Mansur estava a caminho da unidade de conservação.

Registros como esse permitem aos pesquisadores realizar estimativas populacionais mais precisas, avaliar a qualidade do habitat e, crucialmente, identificar áreas prioritárias para conservação. Locais com ocorrência de grupos reprodutivos devem ser focos para a implementação de medidas protetivas, como a criação de unidades de conservação, a restauração ecológica e o estabelecimento de corredores de conectividade, que são essenciais para o fluxo gênico e a vitalidade das populações — explicou Mansur.

Foto: Divulgação

O Bugio é um primata endêmico da Mata Atlântica e desempenha um papel ecológico fundamental: atua como dispersor de sementes, contribuindo diretamente para a regeneração e saúde das florestas.

Além disso, a espécie é muito conhecida pelo som característico que emite. As vocalizações podem alcançar longas distâncias e funcionam como mecanismo de manutenção do espaço e organização entre os grupos. Eles têm uma dieta rica em folhas e flores e utilizam a cauda para locomoção na copa das árvores — raramente são vistos no solo.

Segundo o Instituto Estadual do Ambiente (Inea), que administra o parque, a espécie enfrenta um declínio populacional devido a fatores como surtos de febre-amarela (a espécie adoece e morre em decorrência da doença), perdas de habitat, entre outros.

Diante desse cenário, documentar a presença dessa família é um indicativo de sucesso reprodutivo. Isso porque a presença de um filhote atesta que o ambiente oferece recursos tróficos (folhas e frutos) e segurança suficientes para sustentar a reprodução e o desenvolvimento inicial da prole. Além disso, demonstra que há indivíduos reprodutivamente ativos e que a estrutura social do grupo está funcional, permitindo a proteção do filhote e a transmissão de conhecimentos essenciais para sua sobrevivência.

Fonte: O Globo.