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Primeiro óbito do ano por febre maculosa é confirmado em Campos

Vítima é homem de 52 anos, morador de Sapucaia; Campos tem mais dois casos de febre maculosa confirmados

Saúde
Por Redação
30 de junho de 2025 - 16h38
Foto: DIY13/Getty Images/Divulgacao

A Secretaria Municipal de Saúde (SMS), por meio da Subsecretaria de Vigilância em Saúde, orienta a população para que fique atenta e evite contato direto com o carrapato do gênero Amblyomma sculptum, mais conhecido como carrapato-estrela, transmissor da febre maculosa. A pasta vem intensificando o trabalho de controle da doença, causada pela bactéria do gênero Rickettsia rickettisii, capacitando os profissionais da rede pública de saúde e conscientizando os munícipes.

O município tem, atualmente, três casos de febre maculosa confirmados, sendo um deles com evolução para óbito: um homem de 52 anos, morador de Sapucaia. Em 2024 foram confirmados 23 casos da doença, sendo que oito evoluíram para óbito.

A orientação da Vigilância em Saúde é para que pessoas que morem em Local Provável de Infecção (LPI) usem macacão ou calça e camisa de mangas longas, de preferência na cor clara, facilitando a visualização de carrapatos, além disso, utilizem fita adesiva prendendo a bainha da calça ou macacão com a bota, impedindo a entrada dos parasitas. No caso de encontrar carrapato fixado à pele, o médico recomenda não espremer com as unhas para que não haja contaminação. O ideal é retirá-lo com calma, através de leves torções, com auxílio de uma pinça, que deverá prender o aparelho bucal e não o corpo do parasita.

“A febre maculosa é uma doença sazonal transmitida pelo carrapato estrela, que contém a bactéria Rickettsia. A transmissão ocorre principalmente entre maio e setembro, quando a população de carrapatos aumenta devido ao clima seco. Os principais locais de risco são áreas rurais e pastagens. Para evitar a infecção, é importante usar roupas longas e fazer inspeções na pele após sair de áreas afetadas”, reforçou o diretor da subsecretaria, o infectologista Rodrigo Carneiro.

Campos se tornou uma área de interesse para monitoramento da febre maculosa no estado do Rio de Janeiro em 2021. Isso indica, segundo Rodrigo Carneiro, que a infestação desses parasitas, principalmente disseminada por capivaras, tornou a patologia endêmica na região.

“Proprietários de animais devem tratá-los regularmente para reduzir a infestação. A doença pode ser grave, com até 80% dos casos não tratados levando a complicações sérias. O tratamento precoce é essencial, e treinamentos para equipes de saúde são realizados anualmente para conscientização e prevenção”, destacou o especialista, informando que na próxima semana haverá uma capacitação para médicos, enfermeiros, encarregados e demais profissionais de saúde das Unidades Básicas de Saúde (UBS) e Unidades Pré-Hospitalares (UPHs). O treinamento, que visa ao atendimento de pacientes com suspeita de febre maculosa, contará com a participação da médica pesquisadora Elba Lemos, do Laboratório de Hantaviroses e Rickettsioses do Instituto Oswaldo Cruz (Fiocruz).

Sintomas
Os principais sintomas da febre maculosa são febre alta, dores de cabeça intensas, dor muscular e articular, dor abdominal, diarreia, exantema e alterações na urina, que pode ficar mais concentrada. Eles costumam aparecer entre dois e 14 dias após a picada do carrapato infectado. Entre os animais que podem hospedar a bactéria estão cavalos, capivaras, marsupiais (gambá) e cães que circulam em região com infestação e transportando o carrapato-estrela infectado. “Esses sintomas requerem atenção médica imediata, especialmente se houver histórico de contato com carrapatos”, frisou.

CEPAZ — O município de Campos dos Goytacazes deu um importante passo no que tange a melhoria na pesquisa científica e a saúde pública de seus munícipes e áreas adjacentes, quando foi inaugurado, no último dia 17, o Centro de Estudos, Pesquisas e Ambiente em Zoonoses (CEPAZ) Professor José Rodrigues Coura/IOC, que é o primeiro não só do estado do Rio de Janeiro, mas da região Sudeste. O local é parte da estratégia de descentralização das atividades do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) e servirá como um espaço físico e colaborativo para encontros e pesquisas sobre zoonoses e outros temas relevantes para a região. Neste primeiro momento, o foco inicial será na febre maculosa, considerando o aumento da ocorrência dessa zoonose em Campos e em outros municípios das regiões Norte e Noroeste Fluminense.

O CEPAZ tem cooperações com a Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (UENF), a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), a Faculdade de Medicina de Campos/Fundação Benedito Pereira Nunes (FMC/FBPN) e a Secretaria de Estado de Saúde (SES). O espaço funciona no Centro de Saúde Escola Custodópolis (CSEC), localizado na Rua Júlio Armand, nº 121, no bairro Custodópolis, em Guarus.

Fonte: Prefeitura de Campos