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“Saudade é poesia”: a autora de Carapebus que lançou segunda obra na Bienal do Livro no Rio

Amanda trocou experiências com autores e recebeu leitores para autógrafos

Região
Por Leonardo Pedrosa
25 de junho de 2025 - 10h19
Foto: Arquivo Pessoal

Carapebuense de nascimento e quissamaense de coração, a autora Amanda Fragoso, de 47 anos, viveu mais um momento inesquecível em sua trajetória literária. Pela segunda vez, teve uma poesia aprovada para integrar uma antologia da Lura Editorial, com lançamento na Bienal do Livro do Rio de Janeiro, que aconteceu de 13 a 22 de junho. Desta vez, a autora participou do “Tudo é Poesia – Volume 2”, com o poema “Saudade é poesia”, inspirado em perdas recentes e na força que transforma dor em memória afetiva.

“Foi um título que nasceu de um mix de emoções. Em 2025, convivi de perto com mães que perderam filhos, filhos que perderam pais… Isso mexeu profundamente comigo. Meu desejo com essa poesia é que toda a saudade seja alimento para a vida das pessoas. Que ela seja capaz de ressignificar a dor através do amor, que traga um pouco de alegria e força para seguir, mesmo que no momento a gente não saiba para onde ir, a gente tem a certeza de que seguir em frente é o que faz a gente forte no presente e que o amor é o que faz a gente ter essa força para seguir em frente. Foi com esse espírito que surgiu a poesia: com intenção de tornar mais leve o sentimento”, afirmou.

Amanda ao lado da filha, Maria Eduarda

O reencontro com a escrita veio impulsionado pelo início no mestrado em Educação e pela imersão em temas que valorizam a identidade cultural. Foi durante esse processo que Amanda participou do edital da Lura Editorial e reencontrou a poesia.

“Comecei a escrever com mais intensidade por conta do mestrado. Me dedico a estudar os valores culturais dentro da escola, especialmente numa unidade quilombola, e isso me reaproximou da escrita. Em paralelo, surgiu o edital e me senti pronta para enviar em 2023, quando tive a poesia “Mulher é Poesia” publicada, onde falava sobre esse universo feminino, enfatizando o poder das nossas emoções as memórias afetivas. E aí 2025 veio a oportunidade de participar novamente da coletânea e nesse momento foi um momento que eu comecei a escrever com ainda mais intensidade”, disse.

Escrita como refúgio

Amanda conta que a escrita sempre foi seu refúgio desde a infância. Filha de professora e pai agricultor, cresceu cercada de livros e passou a escrever suas primeiras poesias em um caderno de capa decorada com papel de presente. O hábito permaneceu até que a vida adulta, a maternidade e a intensa rotina acadêmica a afastaram da escrita criativa. Foram duas graduações, três pós e um MBA, até que, anos depois, reencontrou na poesia um modo de se reconectar com as próprias emoções.

“O reencontro foi natural. A escrita da poesia é apaixonada, não tem responsabilidade e obrigação, só flui. É diferente da escrita acadêmica, que me acompanhou por tanto tempo. Estar na Bienal, como autora, foi mágico. Aquele lugar sempre foi especial para mim como leitora, e estar ali do outro lado, com minha obra impressa, foi uma emoção indescritível. Ver pessoas tocando o livro, lendo meu poema, recebendo carinho… tudo isso foi muito simbólico”, contou.

Amanda recebeu alunos para uma sessão de autógrafos

No estande da Lura, Amanda trocou experiências com autores, recebeu leitores para autógrafos e viveu um momento que descreve como motivador.

“É um momento simplesmente inesquecível. Não tem como descrever essa emoção. Oportunidade de receber para autógrafos as pessoas queridas que me acompanham, pessoas que não conheciam e passaram a me conhecer através da presença naquele stand. Tive contato com as pessoas da editora, é um momento de muito networking também, possibilidade de trocar com outros autores. Isso motiva a continuar, porque se tem um ambiente motivador é o ambiente da Bienal. Deixe a gente com vontade de escrever mais, de falar mais sobre poesia, de sentimento, de cor, de amor, de leveza”, finalizou.