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Riscos no trânsito de Campos são abordados em palestra no Beda

Equipe de segurança do trabalho do Grupo IMNE e Guarda Municipal promovem encontro sobre violência no trânsito

Geral
Por Ocinei Trindade
4 de junho de 2025 - 7h10

Guarda civil de Campos e palestrante Alecsandra Ferreira com colaboradores do Grupo IMNE (Divulgação)

A prevenção de acidentes e a preservação da vida no trânsito foram os principais temas de uma palestra realizada nesta terça-feira (3), no auditório do Hospital Dr. Beda. O evento, voltado para colaboradores da instituição, foi promovido pelo Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (Sesmt) do Grupo IMNE, e teve como palestrante a agente de trânsito da Guarda Civil Municipal (GCM), Alecsandra Ferreira, que atua há 25 anos na cidade.

Com uma abordagem direta e cheia de exemplos práticos, Alecsandra destacou o impacto da velocidade nos acidentes. Segundo a agente, o risco de morte aumenta significativamente conforme a velocidade do veículo. “O risco de morte a 50 km/h é de 20%. Já a 80 km/h, esse índice salta para 60%. Quanto maior a velocidade, maior a chance de um acidente resultar em óbito. Por isso, respeitar o limite de velocidade é essencial para preservar vidas”, alertou.

Parte da equipe da Cipa e Sesmt com palestrante

A agente de trânsito de Campos tem 25 anos de experiência profissional
Durante a palestra, a agente apresentou dados da Polícia Rodoviária Federal que revelam a gravidade da situação: somente em 2024, foram registradas 6.160 mortes e 84.526 pessoas feridas em acidentes de trânsito somente nas rodovias federais do Brasil. Isso equivale a 16 mortes por dia, número que, segundo ela, seria inaceitável se ocorresse em ambientes como um hospital. “É inadmissível que pessoas saudáveis entrem nessa estatística por imprudência no trânsito”, reforçou.

Alecsandra Ferreira também abordou a diferença de comportamento entre homens e mulheres no trânsito, destacando que o público masculino é historicamente mais impulsivo e resistente a cuidados com a saúde. “O homem é mais desafiador, reage a provocações, não gosta de levar desaforo para casa. Tudo isso se reflete também no trânsito”, observou, acrescentando que os homens figuram como maioria entre as vítimas fatais.

A palestra fez parte das atividades relacionadas à campanha Maio Amarelo que teve continuidade este mês, e que busca chamar a atenção da sociedade para o alto índice de mortes e feridos no trânsito. A campanha, que teve início no Brasil em 2014 e em Campos no ano de 2018, adota a cada ano um novo tema reflexivo. “Frases como ‘Paz no trânsito começa com você’ e ‘Mobilidade humana, responsabilidade humana’, nos lembram de que só haverá mudança quando cada um fizer sua parte”, destacou a guarda municipal.

A agente alertou ainda para a posição alarmante do Brasil no cenário internacional. O país ocupa o terceiro lugar no ranking mundial de mortes no trânsito, atrás apenas da Índia e da China — nações com populações muito maiores. “Se considerarmos a proporção populacional, podemos dizer que estamos praticamente em primeiro lugar. Isso é um dado preocupante”, avaliou.

Auditório do Hospital Dr.Beda

Encerrando sua fala com uma metáfora, Alecsandra Ferreira comparou o trânsito a uma floresta em chamas e defendeu que cada pessoa pode agir como um beija-flor tentando apagar o incêndio. “Fazer o certo não para evitar multas, mas porque é certo. Usar os equipamentos de segurança não como defesa contra a punição, mas como proteção à vida. A vida é o nosso bem maior”, concluiu.

O evento contou ainda com apresentações da engenheira do trabalho Eduarda Teixeira e da técnica em segurança do trabalho Marcela Michele, que reforçaram a importância da cultura de prevenção nas instituições de saúde e no cotidiano da população.