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Reconstrução facial no Beda devolve autoestima a paciente com trauma

Dr. Silmar Antunes comandou cirurgia complexa utilizando tecnologia e experiência

Saúde
Por Ocinei Trindade
12 de maio de 2025 - 0h02

A face, região central da expressão humana, é também uma das mais delicadas e vulneráveis em situações de trauma. Em um caso recente, uma cirurgia altamente complexa realizada pelo cirurgião bucomaxilofacial Silmar Antunes no Hospital Dr. Beda devolveu a forma, a função e a dignidade a um paciente que sofreu múltiplas fraturas faciais, após uma queda no Morro do Itaoca, em Campos dos Goytacazes. A gravidade do caso impressionou a equipe médica.

“O paciente chegou ao hospital com uma laceração extensa na região central do rosto, que comprometia severamente os lábios, o conduto nasal e outras estruturas fundamentais da face. Havia múltiplas fraturas cominutivas — com fragmentação intensa dos ossos — envolvendo tanto o terço médio quanto o terço inferior da face, como maxila, mandíbula, ossos nasais e zigomáticos. O quadro exigia não apenas uma abordagem cirúrgica urgente, mas também um planejamento altamente preciso”, explica o cirurgião.

A cirurgia durou cerca de sete horas e foi considerada de grande porte. A reconstrução foi feita com o uso de placas e parafusos de titânio para estabilização óssea, respeitando a anatomia original do paciente. “Foi uma abordagem minuciosa, com planejamento em cima de um modelo 3D, que permitiu restaurar a estética, a simetria e as funções vitais, como mastigação, fala e respiração. A tecnologia teve papel fundamental. O planejamento pré-operatório contou com imagens geradas por tomografia de última geração e a produção de um protótipo físico impresso em 3D, que permitiu à equipe antecipar a estratégia cirúrgica com alto grau de precisão. A integração entre tecnologia avançada e equipe multidisciplinar do Beda foi essencial para garantir segurança e previsibilidade no resultado final”, destaca Dr. Silmar Antunes.

A cirurgia envolveu uma equipe extensa e especializada: quatro cirurgiões, anestesista, técnicos e equipe de enfermagem, além do apoio logístico e técnico do centro cirúrgico e da UTI. “Esse resultado só foi possível graças ao esforço conjunto de profissionais excepcionais”, destacou o médico, que fez questão de agradecer nominalmente à gerente do centro cirúrgico, Valéria Meireles, e ao supervisor técnico Elias Santana.

O paciente, que já recebeu alta hospitalar, encontra-se em casa com quadro estável e recuperação considerada rápida. A estimativa é que ele possa retomar gradualmente a rotina dentro de 10 a 15 dias, seguindo todas as orientações médicas. “Mais do que técnica, essa cirurgia devolveu ao paciente algo fundamental: sua autoestima e identidade”, afirmou Antunes.

Segundo o especialista, o não tratamento de fraturas faciais graves pode trazer deformidades permanentes, comprometimento funcional — incluindo dificuldades para respirar, mastigar e falar —, além de risco aumentado para infecções e dores crônicas. “A ausência de reconstrução teria um impacto devastador na autoestima e na vida social do paciente”, ressaltou.

Casos como esse não são raros. Silmar Antunes revela que o volume de fraturas faciais atendidas mensalmente é elevado, com predominância de vítimas de acidentes de moto. “A face é a primeira a absorver o impacto em colisões. Os casos aumentam especialmente entre motociclistas, mesmo com o uso de capacete, seguidos por acidentes automobilísticos, agressões, quedas e até ferimentos por arma de fogo”, relatou.

Além dos traumas, o cirurgião atua em diversos outros casos, como deformidades ósseas, tumores, disfunções da articulação temporomandibular (ATM) e cirurgias reconstrutivas. Os sinais de alerta para procurar um bucomaxilofacial incluem dores faciais, estalos, travamentos ao abrir ou fechar a boca, dificuldade para mastigar ou respirar e qualquer alteração visível na estrutura óssea do rosto.

Diagnóstico precoce
As disfunções na ATM, por exemplo, podem ser tratadas inicialmente com terapias conservadoras, como fisioterapia orofacial, uso de placas estabilizadoras e técnicas de relaxamento. Em casos mais graves, a cirurgia se torna necessária. Os procedimentos variam desde artrocentese e artroscopia até cirurgias abertas, dependendo da gravidade da condição.

Com ampla experiência na área, além de professor universitário em cursos de Medicina, o cirurgião bucomaxilofacial Silmar Antunes reforça que o diagnóstico precoce é essencial para evitar complicações maiores. “Em cada paciente atendido, seja em casos de alta complexidade ou intervenções mais simples, o foco permanece o mesmo: restaurar não só as funções da face, mas também a dignidade, a autoestima e a qualidade de vida”, conclui.