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Maio ainda é o mês das noivas? Não!

Apesar da tradição, o segundo semestre tem crescido em popularidade para datas de casamento no Brasil

Clube J3news
Por Nelson Nuffer (Estagiário)
4 de maio de 2025 - 0h02
O casal Isabella Oliveira e Henrique Alves vão casar em junho de 2026. Eles são modelos e já participaram de ensaios fotográficos com o tema casamento (Fotos: Gilmar Ramos/Divulgação)

Você já ouviu dizer que maio é o mês das noivas? O mês coleciona motivos para essa tradição — Dia das Mães, homenagem a Maria e clima ameno — mas as tendências atuais apontam para um calendário cada vez mais diversificado e para o crescimento de cerimônias no segundo semestre.

Muitas são as explicações que sustentam a preferência por maio para as cerimônias matrimoniais, e entre elas existe o destaque da mulher durante esse mês, com o Dia das Mães e o mês da consagração de Maria, Mãe de Jesus, mas também por questões climáticas. No hemisfério Sul, maio está em pleno outono, marcado pela menor quantidade de chuvas.

De acordo com dados da Central de Informações do Registro Civil (CRC Nacional), foram emitidos 928.579 registros de casamentos no Brasil em 2024. O número de casamentos segue de forma crescente nos quatro trimestres do ano, com o último ocupando cerca de 30,17% do total de registros. Nesse período, dezembro é o mês com maior número de casamentos, passando de 100 mil uniões. Ou seja, maio já não é preferência geral.

Esses dados também são confirmados em Campos. De acordo com a Diocese do município, a maior procura por cerimônias litúrgicas se concentra nos meses de outubro, novembro e dezembro.

Ana Aiube

Perspectivas de mercado
Para a empresária de moda Ana Aiube, que comanda um ateliê especializado em vestidos de noiva em Campos, maio ainda é lembrado como um mês simbólico, mas a preferência dos casais já se deslocou.

“Maio foi eleito o mês das noivas por influência do Dia das Mães e de temas fortes que envolvem a mulher e os sentimentos em torno dela que acontecem durante esse período. Mas a gente vê que outros meses têm um apelo muito grande, como setembro, que já é oficialmente, para quem não está no meio disso, o mês das noivas”, afirma.

Ana Aiube ressalta que setembro se tornou atrativo por motivos práticos. “É quando começa a primavera, as flores estão mais abundantes e mais baratas. A temperatura é agradável e favorece os casamentos ao ar livre. Logo após o inverno, tem brilho e renovação”, completa Ana.

Carolina e Mariana

Segundo Carolina Herzog, que junto da irmã gêmea Mariana está à frente do Encontro Perfeito Noivas — a maior mostra de casamentos do Norte Fluminense —, maio ainda mantém certa popularidade, mas tem perdido espaço para o segundo semestre. “Ao longo dos anos, percebemos uma forte mudança no comportamento dos casais: hoje, meses como setembro e outubro, principalmente pela combinação de clima ameno e baixa probabilidade de chuvas, ganharam muita força”, afirma.

Carolina observa que as datas disponíveis para casamentos dos meses mais populares costumam esgotar com antecedência e reforça que, independente da época, a dica é começar o planejamento com 12 a 18 meses de antecedência. “Isso garante a disponibilidade dos melhores fornecedores e a negociação de melhores condições. Deixar para última hora, nesses meses, pode significar ter que abrir mão de fornecedores dos sonhos ou lidar com custos mais elevados”, alerta Carolina, que também indica uma organização com planilha de orçamentos e cronogramas. “Priorize a escolha do local e data primeiro, e garanta os fornecedores mais disputados (como fotógrafo e buffet e Decoração) logo em seguida”, completa.

Escolha da noiva
Isabella Oliveira, modelo e assistente de comunicação, seguiu esse conselho. Ela começou a planejar seu casamento em agosto de 2024 e marcou a cerimônia para junho de 2026.

 “Junho tem clima fresco e pôr do sol, e fica mais fácil para parentes que moram longe se organizarem para vir. Além disso, nos conhecemos dia 10 de julho, mas, como na agenda do local que escolhemos não tinha essa data, resolvemos fazer no dia 13 de junho que, além de ser um dia após o Dia dos Namorados, é Dia de Santo Antônio, para dar sorte aos nossos familiares e amigos que estão solteiros”, brinca.

Desafio da temporada de casamentos
Ana Aiube também destaca os desafios da chamada alta temporada, no segundo semestre. “Os locais de evento ficam cheios, muitos não têm ar-condicionado, o que compromete o conforto dos convidados. Os preços sobem. Quando a demanda aumenta, há escassez de produtos e serviços. Mas a gente aprende a lidar com isso. Não é o fim do mundo, só exige mais preparo”, completa Ana.