A Firjan demonstrou preocupação com o atraso no processo de relicitação da BR-101, durante reunião realizada com a concessionária Arteris, controladora da Autopista Fluminense, na última terça-feira (15). O encontro teve como foco o alinhamento de informações sobre a repactuação do atual contrato e os próximos passos para a nova concessão da rodovia. Este tema já foi abordado em reportagem do J3News em 1º de dezembro de 2024 (leia aqui).
Segundo representantes da concessionária, ainda não há definição para a relicitação nem uma data oficial para o leilão. Inicialmente previsto para maio, o leilão pode ocorrer apenas em agosto de 2025. Com isso, as intervenções na rodovia só começariam efetivamente entre o fim de 2025 e o início de 2026.
Esse cronograma adiado gera apreensão tanto na Firjan quanto na Prefeitura de Campos, especialmente por adiar ainda mais a realização de obras urgentes para a mobilidade urbana, como o novo Contorno de Campos dos Goytacazes, que só seria concluído a partir de 2028. Ainda mais preocupante é o fato de que, até 2033, o novo contrato prevê apenas a elaboração do projeto executivo e o licenciamento ambiental do Contorno, sem obrigação de execução da obra.
Como solução provisória, a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) propôs a implantação de multivias na região de Campos. A Autopista Fluminense confirmou que já possui projetos para esses trechos e que pretende executá-los nos primeiros três anos da nova concessão, totalizando cerca de 16 quilômetros.
Representando o presidente da Firjan Norte Fluminense, o conselheiro Edmilson Gonçalves reforçou a urgência da obra. “Priorizar a construção de uma estrada de contorno é essencial para desviar o tráfego pesado de caminhões que atravessam a cidade”, destacou.
De acordo com a ANTT, os investimentos previstos para os primeiros anos da nova concessão concentram-se em áreas mais afastadas do centro urbano, como os quilômetros 70 a 78, na Tapera, e um trecho próximo ao distrito de Travessão.
Para o subsecretário de Mobilidade Urbana de Campos, engenheiro Sérgio Mansur, é fundamental que o novo contrato reordene as prioridades, contemplando também os trechos mais críticos do perímetro urbano. “É um absurdo que as obras que realmente podem melhorar o fluxo de veículos na cidade fiquem para começar só no quarto ano de contrato”, afirmou, citando os trechos entre os quilômetros 64,5 e 65,5 (região da rua Espírito Santo e Shopping Partage), e entre os quilômetros 67 (trevo do Índio) e 75 (Ururaí).
A expectativa agora é que o edital seja publicado até maio, com leilão previsto para 100 dias após a publicação. A assinatura do novo contrato deverá acontecer 30 dias após o leilão.
Para Diogo Martins, especialista em infraestrutura da Firjan, o atraso compromete o cronograma de obras e afeta diretamente a segurança da população. “Esse é um trecho com alto índice de acidentes. Faixas adicionais poderiam salvar vidas a curto prazo, mas a solução definitiva continua sendo o Contorno de Campos”, ressaltou.
A Firjan lembra que o contorno é uma demanda histórica e urgente. Francisco Roberto de Siqueira, presidente da Firjan Norte Fluminense, alerta que os prazos atuais — cinco anos para elaboração do projeto e oito anos para o licenciamento ambiental — são incompatíveis com a necessidade da região. “As melhorias no tráfego urbano são bem-vindas, mas o Contorno é a única solução definitiva. O volume de caminhões é um entrave sério para a logística local”, afirmou.
Em 2024, a ANTT realizou uma consulta pública para discutir a nova concessão da BR-101, que compreende o trecho de 322 quilômetros entre a Ponte Rio-Niterói e a divisa com o Espírito Santo. O plano previa melhorias significativas nos primeiros anos da nova concessão, incluindo a construção de multivias, implantação de dispositivos de acesso em grandes entroncamentos e a recuperação completa do pavimento da rodovia.
Fonte:Firjan NF
LEIA TAMBÉM