Foi realizado nesta terça-feira (15), no Fórum de Campos, a primeira Audiência de Instrução e Julgamento do caso que marcou a cidade e o Estado do Rio de Janeiro, no mês de fevereiro, em que Vinícius da Silva Azevedo, subsíndico do condomínio Mais Parque Ipê, foi assassinado por um morador do prédio.
Ao final desta primeira audiência, o promotor de Justiça Bruno Sabione conversou com a imprensa e afirmou que, para a promotoria, não restam dúvidas da necessidade de manutenção da prisão do acusado, José Renato Costa, citando o caso como um crime cruel, grave e hediondo.
O juiz Adonis Henrique deferiu o pedido da defesa de instauração de incidente de insanidade mental. O promotor explicou em entrevista que é de praxe o direito do exame ser concedido, para evitar alegação de recusa do direito por parte da defesa.
Foram ouvidas ainda três testemunhas cruciais do caso: a esposa da vítima, Gabriela Petrocelli, o síndico do condomínio, Luan Baritiello e o porteiro que estava de plantão na noite do crime. Dois advogados atuam na defesa de José Renato.
Depoimentos
A parte mais marcante da Audiência de Instrução e Julgamento foi o depoimento da esposa da vítima.
Gabriela Petrocelli contou como tudo aconteceu entre o dia 25 e a madrugada de 26 de fevereiro, quando Vinícius da Silva Azevedo foi morto no condomínio Mais Parque Ipê.
Em depoimento, ela relatou que o problema começou por conta das reclamações de um vizinho, dando conta de que já na madrugada, José Renato Costa fazia muito barulho em seu apartamento.
Vinícius acabou baleado ainda na parte interna do bloco e depois na área externa do condomínio. Gabriela aparece nas imagens registradas por moradores, empurrando José Renato, quando após atirar em Vinícius, ele desfere coronhadas e chutes na cabeça do subsíndico. A vítima morreu horas depois de ser socorrida.
Gabriela Petrocelli relatou no tribunal que se sentiu insegura após uma situação envolvendo um advogado do acusado do crime, pouco após o ocorrido.
“O advogado do José Renato fez contato com o meu, para saber em quais dias eu não estaria em casa, para que o pai dele pudesse ir até lá desocupar o apartamento. Eu disse em quais dias não estaria. E ele foi em um dia em que eu estava. Me senti incomodada, com medo. E recentemente voltou a acontecer de encontrá-lo. Para mim, não foi confortável, me gera muitos gatilhos. Não gostaria de ter que sair do lugar onde sinto conforto, da casa que conquistamos com tantos sonhos”, disse emocionada.
José Renato Costa será interrogado no dia 15 de maio, a última parte da audiência. Dois advogados fazem sua defesa. A Justiça autorizou nesta terça-feira a instauração de incidente de incidente de insanidade mental.