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Campos tem quase 130 mil pessoas trabalhando informalmente

A taxa de informalidade é de 38%; município gerou 14 mil empregos nos últimos quatro anos

Campos
Por Yan Tavares
30 de março de 2025 - 0h03
Realidade|Ranulfo Vidigal preocupa-se com a informalidade (Foto: Arquivo J3News)

Dados da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, fornecidos com exclusividade ao J3News, revelam que, em março de 2025, Campos registrou 128.145 pessoas ocupadas informalmente. O número simboliza 38% de taxa de informalidade, dentro das 337.224 pessoas em idade de trabalhar na cidade. 

Por outro lado, outro quantitativo é destacado de forma positiva pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico: segundo o Ministério do Trabalho, 14.003 mil novos empregos de carteira assinada na iniciativa privada (regime de CLT) foram gerados no município entre 2021 e 2024 – período que compreende os quatro primeiros anos de gestão Wladimir.

De acordo com o diretor de indicadores sociais do governo municipal, Ranulfo Vidigal, trata-se do número que mais preocupa a gestão Wladimir Garotinho no que se refere à economia, após os primeiros quatro anos de mandato. 

“Trata-se de um nível de informalidade que precisa ser enfrentado com realismo, no sentido de formalizar essa força de trabalho na forma de empreendedores, bem como qualificar o contingente que está disposto a trabalhar de carteira assinada. Daí a nossa estrutura na gestão municipal, para incentivar a abertura de empresas e para a capacitação de mão-de-obra, visando novos empreendimentos que estão chegando na cidade, bem como os que já estão em expansão no Porto do Açu”, pontua o economista.

Em relação ao número de empregos formais gerados, de acordo com levantamento do município, o setor que liderou esse crescimento foi o de Serviços (serviços de saúde e educação privada, de tecnologia, de entretenimento e cultura, por exemplo).

Campos hoje soma 81.176 pessoas empregadas no setor privado, em regime de CLT. “É importante destacar que destes mais de 81 mil empregos, 14 mil foram gerados nos últimos quatro anos, em função de uma conjuntura bastante dinâmica. O que, na nossa observação, tende a se aumentar e continuar neste caminho, em função dos investimentos da área petrolífera na região”, comenta Ranulfo.

Outros números exclusivos dos indicadores sociais do município levantados em março deste ano e enviados à reportagem apontam para os seguintes quantitativos: 175.356 pessoas ocupadas (52% da população em idade de trabalhar), 16.350 pessoas empregadas em regime estatutário (servidores públicos), 35.987 microempreendedores individuais e 48.101 micro e pequenas empresas abertas.

Segundo a Receita Federal, durante o primeiro mandato do prefeito Wladimir, foram abertas 3.394 novas micro e pequenas empresas e formalizados 2.689 novos MEIs no município.

A opção pelo trabalho informal
Segundo o IBGE, dados do mercado de trabalho levantados de junho a agosto mostraram o número de empregos com carteira assinada no setor privado com quantitativo praticamente três vezes maior que os empregos informais ou por conta própria: 38,6 milhões de empregos com direitos previstos na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), enquanto 13,2 milhões registrados sem carteira assinada.

Em Campos, o número de 128.145 trabalhadores na informalidade preocupa a gestão municipal.

A fotógrafa Héllen Basilio conta que deixou seu último trabalho de carteira assinada há cinco anos, motivada a empreender e poder trilhar o seu caminho, a partir apenas das próprias ideias e inspirações. 

Hélen Basilio, fotógrafa – Foto: Matheus Gabriel

“Decidi seguir esse caminho porque sempre tive uma grande vontade de ter liberdade para criar, gerir meus próprios horários. Além disso, a ideia de não depender de um chefe ou de uma estrutura fixa me atraiu bastante, pois acredito que isso me proporciona mais controle sobre o meu trabalho”, comenta. 

Já o autônomo Cosme Prudêncio relata que a questão financeira foi o principal atrativo para optar pela informalidade. ”Trabalho há 14 anos com reciclagem de materiais como cobre e alumínio. Antes, trabalhava em uma loja de móveis, com carteira assinada. Optei por trabalhar por conta própria porque consigo ter uma renda melhor”, diz.

No entanto, empreender requer planejamento e preparo Um estudo realizado pelo Sebrae mostra que 29% dos CNPJs cadastros como Microempreendedor Individual (MEI) fecham após cinco anos de atividade. Poucas informações relevantes sobre o mercado, falta de planejamento a longo e médio prazo e gestão deficiente são os principais fatores identificados que contribuem para o fechamento das empresas.