Divulgada no final de fevereiro – mas com possibilidade de ter ocorrido uma semana antes – a morte do ator Gene Hackman simboliza mais uma lacuna entre os gigantes da telona com mais de 90 anos.
Ganhador de dois Óscares da Academia e com um histórico de quase 80 filmes, Hackman era dono de um estilo único, versátil, e com uma ponta de humor em suas interpretações, independente do roteiro.
Seu primeiro grande sucesso veio em 1971, com ‘Operação França’ (The French Connection), mas ao longo das décadas foi protagonista de filmes de maior notoriedade, como ‘O Destino do Poseidon’, ‘A Conversação’, ‘Mississippi em Chamas – um os mais importantes –, ‘Missão no Inferno’, ‘Os Imperdoáveis’, ‘Inimigo do Estado’, ‘Maré Vermelha’, ‘A Gaiola das Loucas’, ‘Atrás das Linhas Inimigas’ e o espetacular ‘O Juri’, entre tantos outros de grande sucesso.
Entre os poucos gigantes na casa dos 90 anos, estão Clint Eastwood (94 anos), Michael Caine (91), Robert Duvall (94), e o ‘caçula’ desses ‘monstros’, Morgan Freeman, de 87 anos. Vale registrar o nome de Christopher Plummer, que morreu em 2021, aos 91 anos, com mais de 68 filmes e 200 produções.
Gene Hackman e a sua mulher Betsy Arakawa foram encontrados mortos, em sua mansão em Santa Fé, em quartos separados. Num primeiro exame, a causa teria sido um vazamento. Mas a polícia não descarta homicídio duplo. Um cachorro da raça Pastor Alemão também foi encontrado morto, numa distância de 4 metros de Betsy.
Gleisi Hoffmann assume Secretaria de Relações Institucionais
Nova ministra vai precisar mudar seu perfil radical para dar certo
Enfim, o presidente Lula da Silva encontrou um lugar para Gleisi Hoffmann, que nos últimos anos passou a acumular desgastes para ela, para o partido e para o governo. Antes, foi deputada federal por duas legislaturas e senadora. Desde 2017 ocupa a presidência nacional do PT, paralelamente à chefia da Casa-Civil durante o governo Dilma Rousseff.
Na base da especulação, é possível sugerir que Lula queira compensar Gleisi pelo papel que cumpriu quando do impeachment de Dilma, assumindo o ‘posto’ de chefe da ‘tropa de choque’, defendendo com unhas, dentes e ridículos a ‘presidenta‘ que já então havia perdido por completo a governabilidade.
A defesa agressiva e desgastante lhe custou perda de capital político. Por isso optou por não concorrer à reeleição e disputar o cargo de deputada federal, para o qual se elegeu. Apesar dos triunfos eleitorais, o desgaste permaneceu. No pleito de 2018, teve atritos com Fernando Haddad, que disputou a presidência da República pelo PT. Durante o governo Bolsonaro, a oposição exagerada ao presidente não lhe trouxe benefício.
Na campanha de Lula (2022), teve discordâncias com o próprio partido e não conseguiu o cargo de ministra. Os excessos que cometeu não ajudaram nem o PT nem Lula. Ao contrário, só ampliou o clima desfavorável. Sem esconder seu descontentamento com os rumos projetados pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, mais atrapalhou do que ajudou na base do ‘fogo-amigo’.
Sobre o ex-presidente do Banco Central, Campos Neto, assumiu comportamento inadequado, frequentemente valendo-se frases ofensivas que destoaram do cargo de deputada federal. Para ela, o ex-presidente do BC não passava de um “especulador medíocre”. Como não poderia deixar de ser, acirrou os ânimos com Campos Neto, o que não trouxe qualquer benefício para o governo.
No início de janeiro, teve seu nome testado em pesquisa do Instituto Paraná para a Presidência da República. No cenário, Hoffmann ficou 8% das intenções de voto e em quarto lugar entre os pesquisados. A primeira colocação ficou com Michele Bolsonaro, com 30%, seguida por Ciro Gomes, com 26,1%, e o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, com 8,7%.
Com alto índice de reprovação e baixa popularidade, o presidente Lula faz uma aposta de alto risco ao escolher a deputada para uma função que exige capacidade de articulação e muito diálogo político – o que passa longe das características da parlamentar.
Gleisi Hoffmann vai precisar de muito jogo de cintura para amenizar rugas com um Congresso parcialmente hostil, abandonar os embates com Haddad e até mesmo neutralizar descontentamentos dentro do PT.