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Empreendedorismo feminino na medicina

Ao abrir a sua própria clínica, Martha Barbosa superou dificuldades

Geral
Por Leonardo Pedrosa
9 de março de 2025 - 0h04
Aprendizado|Martha Barbosa teve que dominar a gestão dos negócios (Foto: Josh)

Empreender na medicina vai muito além do atendimento ao paciente. Além de dominar a especialidade, é preciso lidar com gestão, burocracia e desafios financeiros. A otorrinolaringologista Martha Barbosa viveu essa realidade ao abrir sua própria clínica e enfrentou dificuldades comuns a muitos médicos que decidem trilhar esse caminho.

“Ninguém fala sobre isso na faculdade. De repente, você percebe que está empreendendo sem nem se dar conta. No começo, era um grande desafio atender pacientes hoje para receber apenas meses depois, com valores defasados. Além disso, eu sempre gostei de estar próxima dos pacientes, mas não tinha aptidão para a parte administrativa. Foi um aprendizado árduo e, ao mesmo tempo, transformador”, conta.

Atualmente, além da otorrinolaringologia, Martha se especializa em Medicina Integrativa e Regenerativa, uma abordagem mais ampla da saúde, na primeira turma do Brasil. “Essa prática já é consolidada na Europa e nos Estados Unidos, mas ainda é recente no Brasil. Faço parte da primeira turma. Quero trazer esse conceito para os meus pacientes, pois acredito que a medicina precisa olhar o indivíduo como um todo”, disse.

Ao longo dos anos, a médica construiu sua carreira pautada na proximidade com os pacientes e na busca por um atendimento mais humano. “Sempre acreditei que o paciente é o amor da vida de alguém, e isso me fez respeitar a honra que é cuidar de uma pessoa num momento de vulnerabilidade. Ser a mesma pessoa em todas as relações e buscar essa conexão com quem atendo me trouxe até aqui. Amo o que faço e amo ter contato com as pessoas”, comenta.

Conciliar a vida profissional com a pessoal também foi um processo de aprendizado. “Por muito tempo, minha carreira foi minha prioridade absoluta. Hoje, há um equilíbrio maior, e isso me trouxe mais satisfação tanto no trabalho quanto na vida pessoal”, afirma.

A Nova Geração da Medicina Tem Mais Mulheres
A médica afirma que a presença feminina na medicina tem crescido e mudado a dinâmica da profissão. “Já somos maioria nas salas de aula, e isso reflete diretamente no atendimento e na forma como enxergamos o paciente. Nunca vi ser mulher como uma desvantagem. Pelo contrário, houve momentos em que precisei ser mais forte, mas sempre sem perder a ternura. Essa doce valentia me trouxe até aqui”.

Para mulheres que sonham em seguir a carreira médica e empreender, Martha deixa um conselho: “Escolha o que faz seu coração vibrar. O caminho pode ser árduo e cansativo, mas, se for algo que realmente te motiva, tudo faz mais sentido. E, se em algum momento perceber que não fez a escolha certa, não tenha medo de mudar. A vida é movimento e sempre traz novas possibilidades”, conclui.